Autoconhecimento e saúde por Adri Alves editado por Ricardo Prado - SELF
"Se não reconhecemos nem expressamos nossas emoções, se não as
movimentamos para fora e não nos movimentamos para diante, estas emoções fazem
o movimento por nós! A base e fonte da intuição é o conhecimento previamente
adquirido, uma perícia baseada na memória e na experiência prévia.
Jung acreditava que podemos ter percepções intuitivas por meio da “exploração
do inconsciente coletivo”. Jonas Salk sustentava que a criatividade depende da
interação entre intuição e pensamento racional. De qualquer forma, todos
deveríamos ser receptivos ao papel da intuição em nossas vidas. Como escreveu
um cientista: “A intuição é uma capacidade universal que se reflete não só nas
criações de grandes cientistas, mas também nos palpites quotidianos dos
indivíduos“. Ao mais humilde de nós ela pode revelar coisas surpreendentes.
Ignorar sua intuição - Ignorar o que ela está tentando lhe dizer por meio de
seu corpo é como ignorar um barulho chocalhante que seu carro faz a baixa
velocidade. Você pode acelerar, subir o vidro e pensar que o barulho
desapareceu, mas ele ainda está ali. Um dia desses, o motor cai. Pensamos no
cérebro como a sede do intelecto e da inteligência. Mas o intelecto e a
inteligência representam apenas metade do potencial cerebral. Com muita frequência esquecemos a intuição, a outra capacidade que o cérebro coloca a
nosso dispor.
O personagem do Espantalho, em o Mágico de Oz, com sua ideia do que constitui
um cérebro, tipifica o que pensa a maioria de nós. Se tivesse um cérebro,
poderia calcular de cabeça as equações de Einstein e declamar disparado,
palavra por palavra e sem erro, os sonetos de Shakespeare. O que ele estava
realmente expressando nesses desejos era a vontade de ter um ‘cérebro esquerdo’
, a parte do cérebro que mais tem importância para o intelecto e para o
pensamento racional.
Porque genuinamente, era óbvio que ele já possuía algum tipo de poder cerebral,
como bem sabia o mágico, embora o próprio Espantalho não o reconhecesse. Se ele
conseguiu ajudar Dorothy em suas andanças pela Terra de Oz, foi porque tinha
acesso à intuição, capacidade com a qual o ‘cérebro direito’ está mais
sintonizado. Apresentar dominância do hemisfério esquerdo _ lógico, analítico,
organizado, não significa que você não seja, nem possa ser intuitivo.
Todos nós somos intuitivos - Mesmo aquele engenheiro que maneja a calculadora e
parece ter no corpo nem um pingo de imaginação ou intuição poderia
surpreender-nos com suas capacidades intuitivas.
Por exemplo: alguém consegue ser mais certinho e organizado do que um executivo
da área empresarial? No entanto, pesquisas mostram que os melhores executivos
dessa área usam mais processos de raciocínio do hemisfério direito que do
esquerdo. Sabe todos aqueles modelos complexos de tomada de decisão e de
gerenciamento que são constantemente criados e ensinados nas escolas de
Administração? Acontece que os melhores administradores os ignoram ! Na
avaliação de pessoas e situações, eles preferem ler as expressões faciais, a
entonação, a voz e os gestos, e daí chegar a decisões. Estão usando o
hemisfério direito, não o esquerdo.
Utilizar demais um dos hemisférios também pode ter consequências funestas.
Alguns estudos sugerem que a loucura ou a esquizofrenia podem ser o resultado
de um hemisfério esquerdo hiperativado. Isto é na verdade, notavelmente
contrário à intuição, pois demonstra que usar demais o hemisfério esquerdo pode
levar à instabilidade emocional. Embora seja o hemisfério direito a sede da
emoção! Evidentemente, afastar-nos da emoção, segregá-la de nossas vidas, pode
levar à loucura, além de ser contraproducente!!!
Lembranças são a experiência de uma emoção, codificada e padronizada em nossos
cérebros e corpos. Alterar alguma coisa em nossos corpos pode concretamente
melhorar nossas emoções. E inversamente, se nossas emoções se curarem, um corpo
mais saudável pode resultar disso. Precisamos aprender a ligar emoções e
estados corporais, num processo para a vida inteira.
O buraco negro do trauma - Um famoso estudo consistia em criar ratos em caixas
onde desde o nascimento eles recebiam regularmente choques elétricos. Parece
tenebroso, mas para os ratos era como se fosse o lar, doce lar. Não é muito
diferente da vida de tantas pessoas que crescem num ambiente traumático. Os
ratos foram criados levando choques, e atingindo a maioridade, digamos assim,
foram autorizados a deixar suas caixas e receberam a oportunidade de mudar-se
para outras caixas, onde não receberiam choques elétricos. Bem, todos eles, sem
excessão, preferiram voltar para suas caixas de origem e para a lembrança da
vida entre choques elétricos.
Os ratos sentiam-se mais felizes em reviverem o estresse conhecido do que em
experimentarem uma potencial, mas desconhecida saúde futura. Eles tinham
aprendido que o único modelo de vida era a impotência. Ela era a canção que
ouviram a vida toda, a música segundo a qual dançavam. Em suas caixas sujeitas
a choques elétricos, eles estavam no controle.
Da mesma forma, muitos de
nós passa a vida sobrecarregados no local de trabalho, ou infelizes numa
relação frustrante. Nós conseguimos lidar com isso, porque é familiar.
Entretanto, a perspectiva de mudarmos de emprego, ou de vivermos independentes,
ou de abandonarmos o canalha e provavelmente ficarmos sozinhos é francamente
aterrorizante. É mais fácil ficar onde já estamos.
Infelizmente para os ratos, entretanto, o desvalimento acabou por lhes afetar a
imunidade. Acostumaram-se à ideia de que o mundo não era seguro, e de que
continuamente seriam vítimas do choque. Embora emocionalmente tenham aprendido
a tolerar o tratamento, fisicamente seus corpos não eram capazes de tanto. A
intuição do corpo e a memória do corpo sempre acabam por vencer. Depois de
algum tempo, nossa mente oblitera o número de choques que sentimos. Mas o corpo
continua contando.
A cada choque, nossos glóbulos brancos e nossa imunidade caem a níveis mais
baixos. Passado um tempo, o sistema imunológico dos ratos entrou em colapso,
permitindo a entrada de toda espécie de doenças. Ele (o sistema imunológico)
tinha se convertido na encarnação física da certeza dos ratos de sua constante
vulnerabilidade ao mundo exterior. À semelhança dos ratos, a maioria de nós se
inclina a reviver repetidamente os traumas do passado. Mergulhamos no buraco
negro do trauma.
Hormônios do estresse - As lembranças passadas aumentam a excitação fisiológica
_ ou seja, elas nos preparam física e emocionalmente para choques adicionais. É
como se estivéssemos nos preparando, na expectativa de que o outro sapato vá
cair, só que não há mais sapatos para cair. Por ocasião do trauma, no passado,
nós secretamos os hormônios do estresse. Em conseqüência, ficamos cada vez mais
receptivos e preparados. E adivinha o que acontece ? Nós realmente começamos a
atrair cada vez mais ataques !
Quando evocamos aquela lembrança traumática, o cérebro e o corpo liberam
ininterruptamente esses hormônios. Em conseqüência disso, quando somos
colocados num ambiente evocativo de uma lembrança traumática do passado, nós o
interpretamos como sendo estressante e traumático, “exatamente como no
passado”. Nossos corpos o vivenciam como se o trauma real estivesse ocorrendo,
embora estejamos apenas revivendo um padrão codificado no cérebro. Como
resultado, recriaremos traumas no presente e no futuro.
Saúde e doença são formas pelas quais o corpo fala conosco, dizendo-nos o que
está certo e o que está errado em nossas vidas, o que é bom e deve ser
preservado e reforçado, e o que é ruim e precisa ser reavaliado e ajustado.
Seu corpo fala por você - O que acontece quando você está cronicamente
deprimido ? Seu corpo começa a expressar a emoção que a depressão estava
inicialmente tentando sinalizar. Talvez você não consiga falar sobre isso, mas:
seu corpo fala por você ! Seu sono fica perturbado, você perde o apetite e não
consegue comer. Você começa a liberar excesso de cortisol, um dos hormônios do
estresse, e isso deprime seu sistema imunológico. Seu corpo se torna indefeso,
e dessa forma talvez você tenha uma pneumonia, ou mesmo câncer.
Muitos estudos mostraram que o pesar e a depressão não resolvidos estão relacionados
a tipos específicos de câncer. Qual dos órgãos o câncer afetará depende da
situação que estejamos passando: família, emprego, relacionamento. Depende
também da vulnerabilidade de sua própria natureza inata, e de seus sentimentos,
experiências e lembranças do passado. Porém, algo que vale pra todos é que se
você processar e liberar plenamente aquilo que lhe entristece, poderá, de forma
significativa, alterar a função de seu corpo.
Alguns exemplos - Uma doença nos intestinos, que eliminam os detritos do corpo,
relaciona-se com questões de livrar-se do que é velho, e do que já não é mais
necessário.
Problemas no intestino delgado, que se relaciona com os nutrientes que entram
no sistema digestivo, estão associados à questão das escolhas de nossa vida.
A hostilidade tem sido relacionada com um aumento do risco do enfarte.
O acima descrito refere-se a um estudo sério sobre as relações entre a maneira
como nos sentimos, e a maneira como nossos corpos respondem. Vários estudos
tenho feito à respeito ultimamente. Após observação da veemência dos
fatos."
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