Quatro plantas medicinais que socorrem quem passou da conta nas festas de fim de ano |
Prevenir
é sempre melhor do que remediar, já dizia sua mãe, sua avó e sua bisavó. O
difícil é lembrar desse conselho quando é tempo de festa de fim de ano. Não há
“beba ou coma com moderação” que vença o cheiro dos assados, o apelo das
guloseimas e a tentação dos coqueteis. Felizmente, no reino vegetal o que não
falta são espécies aliadas dos glutões. Há centenas! Quatro delas já foram
consagradas por inúmeros estudos: alcachofra, espinheira-santa, boldo e sálvia.
E aqui vai outra sábia recomendação: “É preciso usar na dosagem correta e
evitar o abuso”, diz o médico carioca Alex Botsaris, membro da Associação
Brasileira de Fitoterapia (Abfit). E isso vale mesmo se for só um chá.
Alcachofra: a Cynara
scolymus L – este é seu nome científico – tem duas funções que ajudam
o organismo a digerir gorduras e açúcares. “Ela é antiácida, ativa as enzimas
digestivas e também protege as células do fígado”, diz o médico fitoterapeuta Luiz
Carlos Leme Franco, de Curitiba. A principal responsável por esses benefícios é
uma substância amarga chamada cinarina, o princípio ativo dos fitoterápicos à
base da hortaliça. É ela que aumenta tanto a produção de bile no fígado quanto
a liberação dessa substância pela vesícula biliar. Só para lembrar, esse
líquido verde atua na digestão de gorduras e na absorção de nutrientes no
intestino.
Espinheira-santa: foi
o aspecto das folhas, dotadas de espinhos, que renderam à Maytenus
ilicifolia seu nome popular. Desde o começo do século passado, a ciência
vem comprovando os efeitos dos extratos da planta no tratamento da má-digestão
e de úlceras. Estudos feitos recentemente na Universidade Federal do Paraná (UFPR) comprovaram
que os principais responsáveis pela ação gastroprotetora são polissacarídeos
(açúcares), substâncias com habilidade de se ligar à superfície da mucosa
gástrica, atuando como uma camada protetora. As substâncias têm ainda outro
poder: inibem a produção do suco gástrico e, por tabela, a acidez estomacal.
Boldo
do chile: uma substância chamada boldina dá ao Peumus boldus a
capacidade de aliviar encrencas digestivas. “O boldo age no fígado, aumentando
a secreção de bile, melhorando também os sistemas desintoxicantes hepáticos”,
explica o médico Alex Botsaris, membro da Associação Brasileira de Fitoterapia
(Abfit). “A boldina também é analgésica e alivia dores abdominais”, completa.
Botsaris faz uma ressalva: o boldo deve ser usado nas doses certas (de 3 g a 5
g em infusão). Em excesso, pode provocar náuseas, dor abdominal e vômitos.
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