“Nada é. Tudo está.”

11/08/2012

Ajuda na digestão

chamada
Quatro plantas medicinais que socorrem quem passou da conta nas festas de fim de ano
Prevenir é sempre melhor do que remediar, já dizia sua mãe, sua avó e sua bisavó. O difícil é lembrar desse conselho quando é tempo de festa de fim de ano. Não há “beba ou coma com moderação” que vença o cheiro dos assados, o apelo das guloseimas e a tentação dos coqueteis. Felizmente, no reino vegetal o que não falta são espécies aliadas dos glutões. Há centenas! Quatro delas já foram consagradas por inúmeros estudos: alcachofra, espinheira-santa, boldo e sálvia. E aqui vai outra sábia recomendação: “É preciso usar na dosagem correta e evitar o abuso”, diz o médico carioca Alex Botsaris, membro da Associação Brasileira de Fitoterapia (Abfit). E isso vale mesmo se for só um chá.

Alcachofra: a Cynara scolymus L – este é seu nome científico – tem duas funções que ajudam o organismo a digerir gorduras e açúcares. “Ela é antiácida, ativa as enzimas digestivas e também protege as células do fígado”, diz o médico fitoterapeuta Luiz Carlos Leme Franco, de Curitiba. A principal responsável por esses benefícios é uma substância amarga chamada cinarina, o princípio ativo dos fitoterápicos à base da hortaliça. É ela que aumenta tanto a produção de bile no fígado quanto a liberação dessa substância pela vesícula biliar. Só para lembrar, esse líquido verde atua na digestão de gorduras e na absorção de nutrientes no intestino.

Espinheira-santa: foi o aspecto das folhas, dotadas de espinhos, que renderam à Maytenus ilicifolia seu nome popular. Desde o começo do século passado, a ciência vem comprovando os efeitos dos extratos da planta no tratamento da má-digestão e de úlceras. Estudos feitos recentemente na Universidade Federal do Paraná (UFPR) comprovaram que os principais responsáveis pela ação gastroprotetora são polissacarídeos (açúcares), substâncias com habilidade de se ligar à superfície da mucosa gástrica, atuando como uma camada protetora. As substâncias têm ainda outro poder: inibem a produção do suco gástrico e, por tabela, a acidez estomacal.

Boldo do chile: uma substância chamada boldina dá ao Peumus boldus a capacidade de aliviar encrencas digestivas. “O boldo age no fígado, aumentando a secreção de bile, melhorando também os sistemas desintoxicantes hepáticos”, explica o médico Alex Botsaris, membro da Associação Brasileira de Fitoterapia (Abfit). “A boldina também é analgésica e alivia dores abdominais”, completa. Botsaris faz uma ressalva: o boldo deve ser usado nas doses certas (de 3 g a 5 g em infusão). Em excesso, pode provocar náuseas, dor abdominal e vômitos.

Sálvia: Gases e cólicas digestivas? Pode contar com a salvia officinalis. “A sálvia contém tanshinonas, que têm efeito de relaxante muscular e regularizador da perisalse (o movimento que empurra os alimentos pelo tubo digestivo)”, explica Alex Botsaris. Já os óleos essenciais presentes na espécie estimulam as secreções digestivas, melhorando a qualidade da digestão.

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