Instituições
importantes no tratamento da doença criam serviços de massagem, reiki,
acupuntura e dança, entre outras terapias
AUXÍLIO Cutait aplica
reiki em Patrícia. Ela diz que o método a ajudou a lutar contra um tumor nos
rins
Depois
de anos de discussão sobre os danos e possíveis benefícios das terapias
alternativas – agora também chamadas de complementares ou integrativas – na
luta contra o câncer, médicos de algumas das mais avançadas instituições para o
tratamento da doença finalmente abriram as portas a essas práticas. A prova
mais evidente disso é o surgimento de serviços que ministram e ensinam a
automassagem, ioga, dança e musicalização, entre outras terapias, no interior
de instituições de referência, como M. D. Anderson, Danna Farber e Memorial
Sloan-Kettering Center. Além disso, os métodos estão em mais de 30
universidades, entre elas Duke University, Stanford, Columbia e Harvard.
Agora,
é a vez de o Brasil seguir esse modelo. Em São Paulo, o Hospital Albert
Einstein lançou recentemente um programa nos mesmos moldes do M. D. Anderson. É
a primeira grande instituição do País a criar um serviço de práticas
complementares, que também sediará estudos em cooperação com o centro
americano. “A maioria dos pacientes de câncer usa a medicina complementar ou
tem interesse nela. Porém é sabido que alguns métodos podem ser prejudiciais.
Criamos um serviço em que podem se informar sobre as evidências científicas e
escolher, junto com seus médicos, as melhores terapias para cada caso”, explica
o cirurgião Paulo de Tarso Lima, responsável pela área de medicina integrativa
do Einstein. O programa é oferecido para pacientes que acabaram de receber o
diagnóstico, que estão em tratamento ou já passaram por ele.
OFERTA No M. D.
Anderson, pacientes contam com musicoterapia e acupuntura
A
explicação para o acolhimento das técnicas complementares pelas instituições é
a enorme demanda pelos métodos por parte dos pacientes e estudos controlados
que mostram o sucesso de alguns deles. “Muitas técnicas podem ser úteis
para melhorar a qualidade de vida dos pacientes e suas respostas aos
tratamentos clínicos”, explica o médico Lorenzo Cohen à ISTOE. Ele é o diretor
do Programa de Medicina Integrativa do M. D. Anderson, que reúne 72 modalidades
terapêuticas em um dos prédios da instituição, no Texas. “Queremos também
assegurar que os pacientes sejam educados para fazer a integração apropriada
dos métodos com o cuidado médico convencional. O objetivo é que eles ajudem e
não atrapalhem a recuperação”, disse Cohen.
De
fato, quando o processo é conduzido corretamente, os ganhos são evidentes.
Desde que teve o diagnóstico de um tumor nos rins, a publicitária Patrícia
Conte, 35 anos, submeteu-se a sessões de reiki – técnica que usa a imposição de
mãos para transmissão de energia vital, segundo os adeptos. “Foi essencial para
restaurar meu equilíbrio”, diz. O mestre em reiki Plínio Cutait, responsável
pelas aplicações do método em Patrícia, cuida de pacientes com câncer há 15
anos. “O reiki não trata a doença, mas a pessoa”, afirma. “Pode promover
relaxamento, desbloquear emoções, apaziguar a mente ou acelerar os processos
regenerativos físicos e emocionais”, garante ele, que agora atende também
dentro do Hospital Albert Einstein.
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