A aterosclerose é caracterizada pelo deposito de gordura, cálcio e outros elementos na parede das artérias, reduzindo o fluxo sanguíneo
Muita gente já deve ter ouvido falar em derrame, acidente vascular cerebral ou infarto. Mas poucos sabem o que está por trás dessas doenças que, segundo a Organização Mundial de Saúde, estão associadas a 17 milhões de mortes no mundo por ano. Tudo começa quando placas de gorduras (ateromas) se acumulam nos vasos sangüíneos, impedindo a circulação do sangue, daí por diante aquela passagem, que agora está parcialmente bloqueada, vai reduzir progressivamente seu calibre interno de tamanho impedindo que os fluidos cheguem ao seu destino.
Essas obstruções nas artérias, dentre elas a aorta, carótidas e renais, são o que os médicos chamam de aterosclerose, também conhecida como arteriosclerose. Marcada pela formação de placas de gordura (ateromas) que impedem a passagem do sangue, a aterosclerose em geral é fatal quando afeta as artérias do coração ou do cérebro, órgãos que resistem apenas poucos minutos sem oxigênio. Muitos que sofrem do mal só percebem muito tarde, apenas quando seus sintomas se manifestam. Nesses casos pode não haver solução, por isso, a doença precisa ser tratada o mais rápido possível.
O interior dos vasos sanguíneos deve ser liso, e permitir a livre circulação de sangue do coração para todas as partes do corpo. No entanto, com o passar dos anos e com a contribuição de vários fatores de risco podem se formar placas duras e gordurosas no interior das artérias. A progressão da formação e o desenvolvimento destas placas denominadas ateroscleróticas constituem o processo denominado aterosclerose. A doença desenvolve-se lenta, progressiva e silenciosamente desde a juventude e durante décadas, até se apresentar pelo envolvimento de algum órgão alvo.
Para haver uma obstrução arterial significativa é necessário que cerca de 75% do calibre de uma artéria esteja comprometido. Nesse estágio aparecem os primeiros sintomas isquêmicos. Normalmente a aterosclerose está relacionada à alimentação rica em gordura, pressão alta, diabetes, obesidade, tabagismo, vida sedentária e o estresse. Porém, cerca de 40% dos casos de pessoas com a doença não apresentam esses fatores, e outros 20% são desencadeados por fatores genéticos.
Há famílias que, por diversos desvios metabólicos, estão mais sujeitas à aterosclerose. A presença precoce da doença, isso quer dizer antes dos 65 anos, em parentes de primeiro grau, aumenta as chances de hereditariedade. Entretanto, não podemos desconsiderar casos em familiares mais distantes, porém repetitivos. Se todos os tios, por exemplo, morreram de infarto, é provável que o pai também tenha problemas cardiovasculares e, em algum momento, eles podem manifestar-se nos filhos.
A aterosclerose é uma doença predominante masculina, porém, as mulheres não estão a salvo. Até a menopausa elas estão protegidas, por esse motivo, a doença acaba aparecendo dez anos mais tarde do que nos homens. Estudos americanos e brasileiros provaram que a causa isolada mais importante de morte na mulher é a doença cardiovascular aterosclerótica. No Brasil, nos últimos anos, 40% do total de infartos atendidos pelo SUS ocorreram com mulheres. A doença coronária mata mais mulheres do que os cânceres ginecológicos e as doenças pulmonares.
Como a doença é silenciosa e não produz sintomas, é preciso tomar alguns cuidados para não ser apanhado de surpresa. O diagnostico antecipado é fundamental. A partir dos 35 anos todas as pessoas devem fazer exame para medir a taxa de colesterol. Feito o diagnóstico precoce, é preciso observar os riscos integrados como excesso de peso, sedentarismo, tabagismo, diabetes, etc. Quem possui dois ou mais desses fatores, corre risco muito maior de desenvolver doenças cardiovasculares.
O primeiro passo para o tratamento é corrigir os fatores de risco: deixar de fumar, fazer exercícios físicos, adotar uma dieta adequada e/ou tomar medicações. Alguns tratamentos podem ser feitos também com cirurgias como angioplastia, pontes de safena e até transplantes de coração, em casos mais graves.
Recentemente, pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) descobriram que um tipo de hormônio produzido pelo organismo com estrutura similar à das gorduras, as prostaglandinas, pode auxiliar no tratamento e até mesmo na prevenção da aterosclerose.
Utilizando prostaglandinas, a equipe do bioquímico Paulo Ivo Homem de Bittencourt Júnior produziu um composto que, em experimentos com camundongos, mostrou-se capaz de dissolver as placas de gordura que se acumulam nas artérias - os ateromas. Essa formulação, que recebeu o nome provisório de LipoCardium, também impediu a formação de placas, consequência do consumo de alimentos gordurosos, do tabagismo e do sedentarismo. Caso se demonstre a segurança e a eficácia desse composto nos futuros testes com coelhos, cães e seres humanos, é possível que em até dez anos chegue às farmácias um medicamento novo para evitar a formação das placas que impeçam a circulação normal do sangue.
As pessoas com aterosclerose precisam saber que é possível viver mais, mesmo com a doença. O ideal é viver com saúde e disposição, reduzindo os fatores de riscos. Com essas mudanças, a pessoa não só vai aumentar a sobrevida como sua qualidade de vida.
Fonte: Odisseu http://www.hebron.com.br/sua-saude/#texto
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