A mistura específica dos componentes da babosa é responsável por conferir à Aloe vera grande alcance de seus poderes curativos
Planta de folhas carnudas, espinhosas e pontas agudas, que mede até 1,50 metro. Nome científico: Aloe vera. Com o nome de babosa se popularizou e tem ganhado prestígio cada vez maior como aliada da saúde. Em chás, cosméticos, medicamentos e bebidas industrializadas, a Aloe vera está sendo consumida para ajudar a tratar diversas doenças.
O uso da Aloe vera está registrado nas antigas civilizações grega, egípcia e africana, há mais de 4 mil anos. A planta foi trazida da África para as Américas no século XVI. Somente no século passado pesquisas botânicas, químicas e fitotécnicas foram intensificadas em algumas espécies de Aloe, com mais ênfase para a Aloe vera, que vem sendo largamente utilizada nas áreas da saúde, estética e nutrição. "A babosa pode trazer todos os benefícios imagináveis para a saúde. Sua atuação é vasta e os resultados bastante positivos", afirma Givaldo Cavalcanti, clínico geral e homeopata do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco.
A babosa é a planta da saúde e da beleza, alvo de estudos em instituições científicas do mundo inteiro, como o Instituto Weisman, em Israel, o Instituto de Ciências e Medicina Linus Pauling, na Califórnia, e a Universidade de Oklahoma, nos Estados Unidos. Nas conclusões dos estudos, os pesquisadores destacaram as funções antiinflamatória, coagulante, regeneradora celular, desintoxicante, digestiva e cicatrizante da planta.
O interior das folhas da Aloe vera é constituído por um tecido rico em polissacarídeos (gel), que lhe confere uma consistência viscosa (baba), de onde surge o nome como ela é popularmente conhecida: babosa. Nesse gel encontram-se seus princípios ativos, que são constituídos de ácidos orgânicos, enzimas, vitaminas, sais minerais e aminoácidos dentre os quais 18 são importantes para o homem e, destes, 7 não são sintetizados pelo nosso organismo. Na sua casca encontramos a seiva que é rica em aloina, alantoina e antraquinonas, excelentes cicatrizantes. "É justamente a união dos princípios ativos terapêuticos com o alto valor nutricional que faz da babosa uma planta importante para a saúde em geral", afirma Givaldo Cavalcanti.
Externamente a babosa pode ser usada como hidratante, adstringente, antiinflamatório, analgésico, protetor da pele contra os raios UV do sol, cicatrizante, curativo, ativador do sistema imunológico e antienvelhecimento da pele, por induzir a produção de colágeno. Internamente ela é utilizada como auxiliar nos casos de artrites, redutor e controlador da pressão sanguínea e dos batimentos cardíacos, redutor do colesterol, indutor das funções do fígado, calcificador dos ossos, regulador da acidez do sistema gastrointestinal, normalizando o funcionamento do cólon e auxiliando no tratamento de gastrites e úlceras internas, hipoglicemiante, promovendo a balanceamento do açúcar no sangue e imunoestimulante, com resultados positivos em testes realizados nos Estados Unidos em portadores do HIV.
Michael Peuser, um dos maiores pesquisadores no mundo sobre o grande poder medicinal da planta, autor dos livros "Câncer, onde está tua vitória?" e "Aloe, a Imperatriz das Plantas Medicinais", causou uma verdadeira revolução da Aloe na Alemanha, Áustria e Suíça. Ele pesquisou profundamente mais de 100 doenças, em cujo tratamento a Aloe vera é usada como eficaz coadjuvante, acelerando e melhorando as terapias. O autor avaliou as 300 substâncias diferentes contidas na Aloe e o vasto espectro de aplicação da planta em dezenas de doenças. Peuser enfatiza que o emprego da Aloe é a terapia mais antiga utilizada pela humanidade e, para fins medicinais, é a maior "fábrica farmacêutica do mundo". "Se houvesse uma farmácia que oferecesse todos os remédios fabricados no mundo, 25% de suas substâncias ativas também se encontrariam na Aloe". Ele afirma que, no futuro, a medicina moderna passará a dividir-se nos períodos anterior e posterior à redescoberta da Aloe.
O Frei Romano Zago, pesquisador de medicamentos naturais, com o livro "Câncer tem Cura", revolucionou o uso da babosa no Brasil, transformando-a em uma planta fundamental na prevenção e cura do câncer. Ele recomenda duas folhas grandes da planta, sem espinhos, meio quilo de mel puro e duas colheres de bebida destilada (cachaça) como ingredientes para um elixir contra o câncer. A comunidade científica não confirmou as conclusões de Frei Romano Zago sobre o poder curativo da babosa. Embora o uso da planta tenha sido aprovado nos Estados Unidos para testes em pacientes com Aids e câncer, desde 1994, ainda não foi divulgado nenhum resultado.
Ainda que seja uma aliada da boa saúde, não se pode sair fazendo chás sem critérios. "Existem várias restrições. Não usar a casca é uma delas. Outra, bem mais importante, é o grau de concentração do princípio ativo, impossível de ser medido de forma caseira" alerta Givaldo Cavalcanti. O perigo está em acreditar que, quando se trata de plantas medicinais, "se não faz bem, mal também não faz". O pensamento é arriscado e totalmente equivocado: uma grande parte dos remédios industrializados tem, em sua fórmula, substâncias extraídas de plantas e seu uso necessita sempre de um acompanhamento médico.
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