“Nada é. Tudo está.”

27/01/2012

Catarata





Sombras e Neblinas

A catarata, como é chamada a opacificação do cristalino, tem tratamento. Na grande maioria dos casos, o paciente volta a enxergar com maior clareza.

A catarata é considerada a maior causa de cegueira no mundo. O Conselho Brasileiro de Oftalmologia estima a existência de mais de 350 mil brasileiros cegos em decorrência da doença, que afeta 9% dos homens e 12% das mulheres com idades entre 60 e 69 anos, e mais de 60% dos homens e 70% das mulheres com mais de 80 anos. A catarata caracteriza-se pela opacificação da lente interna do olho, chamada cristalino, responsável por focar as imagens dos objetos na retina. Além da função principal de lente focalizadora, o cristalino também tem papel importante como filtro que bloqueia parte da radiação ultravioleta nociva ao olho.

A Sociedade Brasileira de Catarata e Implantes Intra-Oculares (SBCII) alerta que a cegueira causada pela catarata pode ser reversível nos casos em que não há outras doenças oculares associadas, como a degeneração macular, a retinopatia diabética e o glaucoma. Nesses casos, a recuperação visual é parcial: tais enfermidades, geralmente, comprometem a visão dos pacientes de forma irreversível.

Quando a pupila de uma pessoa com catarata se dilata, o olho fica com uma aparência esbranquiçada. Isso ocorre porque seu cristalino está opaco. A opacificação do cristalino ocorre como um fenômeno natural do envelhecimento. Recebe, nesses casos, o nome de catarata senil e apresenta excelente prognóstico visual, na grande maioria dos casos. A catarata pode também ter origem traumática, sendo causada por um acidente de automóvel, entre outras situações. A evolução da catarata traumática vai depender da extensão e da gravidade do trauma ocular.

O cristalino também pode se tornar opaco em decorrência de algumas doenças oculares, como em casos de inflamações intraoculares (uveítes) ou descolamento de retina, entre outros casos. Essas são as chamadas cataratas complicadas. A recuperação da visão vai depender da gravidade da moléstia ocular que originou a opacificação do cristalino. A catarata patológica está associada a alguns distúrbios do metabolismo, como o diabetes.

Pessoas que passam mais tempo ao sol são também mais propensas a desenvolver catarata ao longo de suas vidas, relatam pesquisadores franceses na edição de março de 2004 da Archives of Ophthalmology. O estudo com cerca de 2.500 pessoas no sul da França mostrou que, aqueles com maior exposição ao sol foram 2.5 a 4.0 vezes mais propensos a desenvolver cataratas do que aqueles que passaram menos tempo no sol, de acordo com Cecile Delcourt do Instituto Nacional da Saúde e da Pesquisa Médica em Montpelier, França. Pessoas expostas à luz artificial no trabalho (como soldadores) também parecem estar sob risco aumentado de desenvolver cataratas, apesar de que mais pesquisas são necessárias para confirmar os resultados. A boa notícia é que os óculos de sol resultam em redução de 40% do risco de desenvolver a catarata.

Os primeiros sintomas da catarata são as flutuações da visão, que se torna mais embaçada em determinados momentos. A visão começa gradualmente a piorar. Objetos podem aparecer amarelados, embaçados ou distorcidos. Outros sintomas comuns são: halos ao redor das luzes à noite, aumento da miopia, visão dupla ou sombras na visão.

O tratamento da catarata é cirúrgico. Não existe, atualmente, tratamento clínico comprovado cientificamente. A cirurgia promove a reabilitação visual na grande maioria dos casos. Se não for tratada, a catarata evolui para a perda total da visão. A cirurgia promove a reabilitação visual na grande maioria dos casos. A cirurgia da catarata é um dos procedimentos cirúrgicos mais empregados no mundo. Dados da Sociedade Americana de Catarata e de Cirurgia Refrativa demonstram que foram realizadas, nos Estados Unidos, em 2001, mais de 2 milhões de cirurgias de catarata. No Brasil, no mesmo período, foram feitos por volta de 450 mil procedimentos, estimativa da Sociedade Brasileira de Catarata e Implantes Intra-Oculares.

A cirurgia consiste na substituição do cristalino natural opaco pelo cristalino artificial transparente, também chamado de lente intraocular, que pode ter o grau necessário para corrigir o déficit visual do paciente. As incisões atuais não requerem pontos, permite uma reabilitação visual mais rápida, pós-operatório mais seguro, devido à melhor integridade ocular proporcionada pela técnica. A cirurgia é executada com anestesia local e, quando possível, somente com colírio anestésico, é relativamente rápida (dura cerca de 15 minutos) e não demanda internação do paciente.

Uma vez removida, a catarata não voltará. No entanto, com o decorrer do tempo, em alguns pacientes, pode haver uma opacificação da cápsula posterior preservada na cirurgia para poder ser implantado cristalino. O problema é resolvido por meio de um rápido tratamento, que é realizado no próprio consultório.

Fonte: Odisseu - http://www.hebron.com.br/sua-saude/#texto

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