Pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro estão realizando testes com um tratamento novo para a asma.
Uma vez por mês, a aposentada Helen de Lima Rodrigues tem encontro marcado com médicos do hospital da Universidade Federal do Rio de Janeiro para testes e trocas constantes de remédios. Ela sofre de um tipo de asma que, de tão difícil de ser controlada, obrigou a ex-operadora de caixa a se aposentar por invalidez.
“Muita falta de ar. Você fica prostrada. Você quer fazer as coisas e você não consegue fazer”, lamenta ela.
Em um laboratório da UFRJ, os pesquisadores desenvolvem um tratamento diferente para a asma. A base da nova terapia é uma proteína chamada timulina. Um poderoso anti-inflamatório que é produzido no nosso corpo por uma glândula chamada timo. Os cientistas decidiram, então, testar como essa proteína agiria nas células do pulmão. Para isso, eles recriaram em laboratório o gene responsável pela produção da timulina.
Aplicado em forma de spray, o gene consegue chegar até os pulmões, entra nas células e faz com que elas fabriquem o anti-inflamatório. Ou seja, o pulmão passa a produzir o próprio remédio.
Os pesquisadores acreditam que o novo tratamento pode beneficiar pacientes com asma grave, que não conseguem controlar a doença com os medicamentos convencionais. A terapia que faz o próprio corpo produzir os remédios pode ter também outra vantagem: no laboratório, os cientistas não observaram nenhum efeito colateral.
“Alguns medicamentos convencionais causam tremores, mal estar”, explica Marcelo Morales, coordenador da pesquisa da UFRJ.
Nos animais, a inflamação e o fechamento das vias aéreas diminuíram. Em um ano e meio, os testes devem começar em seres humanos.
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