“Nada é. Tudo está.”

09/10/2015

O silêncio e a calma nos relacionamentos


A maioria dos relacionamentos humanos se restringe à troca de palavras – o reino do pensamento. É fundamental trazer um pouco de silêncio e calma, sobretudo aos seus relacionamentos íntimos.

Nenhum relacionamento pode existir sem a sensação de espaço que vem com o silêncio e a calma. Meditar ou passar um tempo juntos, em silêncio, na natureza, por exemplo.
Se as duas pessoas forem caminhar, ou mesmo se ficarem sentadas uma ao lado da outra no carro ou em casa, elas irão se sentir bem por estarem juntas, em silêncio e na calma.
Nem o silêncio nem a calma precisam ser criados.

Eles já estão presentes, embora perturbados e obscurecidos pelo barulho da mente. Basta abrir-se para eles.

Se falta um espaço de silêncio e calma, o relacionamento será dominado pela mente e correrá o risco de ser invadido por problemas e conflitos. Se há silêncio e calma, eles se tornam capazes de dominar qualquer coisa.

Ouvir com verdadeira atenção é outra forma de trazer calma ao relacionamento. Quando você realmente ouve o que o outro tem a dizer, a calma surge e se torna parte essencial do relacionamento.

Mas ouvir com atenção é uma habilidade rara. Em geral, as pessoas concentram a maior parte de sua atenção no que estão pensando. Na melhor das hipóteses ficam avaliando as palavras do outro ou apenas usam o que o outro diz para falar de suas próprias experiências. Ou então não ouvem nada, pois estão perdidas nos próprios pensamentos. Ouvir com atenção é muito mais do que escutar.

Ouvir com atenção é estar alerta, é abrir um espaço em que as palavras são acolhidas.
As palavras se tornam então secundárias, podendo ou não fazer sentido.

Bem mais importante do que aquilo que você está ouvindo é o ato em si de ouvir, o espaço de presença consciente que surge à medida que você ouve. Esse espaço é um campo unificador feito de atenção em que você encontra a outra pessoa sem as barreiras separadoras criadas pelos conceitos do pensamento.

A outra pessoa deixa de ser o “outro”. Nesse espaço, você e ela se tornam uma só consciência.

Eckhart Tolle

Depressão: um enfrentamento insuportável com a verdade



A depressão é uma forma muito particular e avassaladora daquilo que corriqueiramente chamamos a dor de viver. Juntamente com a angústia e a dor propriamente dita, é uma constelação de afetos tão familiar que, como escreve Daniel Delouia, dificilmente conseguimos classificá-la entre os quadros clínicos da psicopatologia. À dor do tempo que corre arrastando consigo tudo o que o homem constrói, ao desamparo diante da voragem da vida que conduz à morte – que para o homem moderno representa o fim de tudo – a depressão contrapõe um outro tempo, já morto: um “tempo que não passa”, na expressão de J. Pontalis.

O psiquismo, acontecimento que acompanha toda a vida humana sem se localizar em nenhum lugar do corpo vivo, é o que se ergue contra um fundo vazio que poderíamos chamar, metaforicamente, de um núcleo de depressão. O núcleo de nada onde o sujeito tenta instalar, fantasmaticamente, o objeto perdido – objeto que, paradoxalmente, nunca existiu.

A rigor, a vida não faz sentido e nossa passagem por aqui não tem nenhuma importância. A rigor, o eu que nos sustenta é uma construção fictícia, depende da memória e também do olhar do outro para se reconhecer como uma unidade estável ao longo do tempo. A rigor, ninguém se importa tanto com nossas eventuais desgraças a ponto de conseguir nos salvar delas. Contra este pano de fundo de nonsense, solidão e desamparo, o psiquismo se constitui em um trabalho permanente de estabelecimento de laços – “destinos pulsionais”, como se diz em psicanálise – que sustentam o sujeito perante o outro e diante de si mesmo.

Freudianamente falando, a subjetividade é um canteiro de ilusões. Amamos: a vida, os outros, e sobretudo a nós mesmos. Estamos condenados a amar, pois com esta multiplicidade de laços libidinais tecemos uma rede de sentido para a existência. As diversas modalidades de ilusões amorosas, edipianas ou não, são responsáveis pela confiança imaginária que depositamos no destino, na importância que temos para os outros, no significado de nossos atos corriqueiros. Não precisamos pensar nisso o tempo todo; é preciso estar inconsciente de uma ilusão para que ela nos sustente.

A depressão é o rompimento desta rede de sentido e amparo: momento em que o psiquismo falha em sua atividade ilusionista e deixa entrever o vazio que nos cerca, ou o vazio que o trabalho psíquico tenta cercar. É o momento de um enfrentamento insuportável com a verdade. Algumas pessoas conseguem evitá-lo a vida toda. Outras passam por ele em circunstâncias traumáticas e saem do outro lado. Mas há os que não conhecem outro modo de existir; são órfãos da proteção imaginária do “amor”, trapezistas que oscilam no ar sem nenhuma rede protetora embaixo deles. “A depressão é uma imperfeição do amor”, escreve Andrew Solomon, autor de “O demônio do meio-dia”, vasto tratado sobre a depressão publicado nos Estados Unidos e traduzido no Brasil no final de 2002. Faz sentido, se considerarmos o sentido mais amplo da palavra amor.

Durante cinco anos, Solomon dedicou-se a pesquisar a depressão: causas e efeitos, tratamentos, hipóteses bioquímicas, estatísticas. Recolheu histórias de vida de dezenas de pessoas que passaram por crises depressivas – “nunca escrevi sobre um assunto a respeito do qual tantos tivessem tanto a dizer”. A estas, acrescentou sua própria história – o trabalho no livro foi uma forma de reação ao longo período em que ele próprio passou por sérias crises depressivas. Um período em que, nas palavras do autor, “cada segundo de vida me feria”.

A julgar pelos números recolhidos por Solomon em relatórios da divisão de saúde mental da Organização Mundial de Saúde – o DSM-IV – esta ferida acomete a um número cada vez maior de pessoas no mundo, e particularmente nos Estados Unidos. 3% da população norte americana sofre de depressão crônica – cerca de 19 milhões de pessoas, das quais 2 milhões são crianças. A depressão é a principal causa de incapacitação em pessoas acima de cinco anos de idade. 15% das pessoas deprimidas cometerão suicídio. Os suicídios entre jovens e crianças de 10 a 14 anos aumentaram 120% entre 1980 e 1990. No ano de 1995, mais jovens norte-americanos morreram por suicídio do que de da soma de câncer, Aids, pneumonia, derrame, doenças congênitas e doenças cardíacas.

Esta forma de mal estar tende a aumentar, na proporção direta da oferta de tratamentos medicamentosos: há vinte anos, 1,5% da população dos Estados Unidos sofria de depressões que exigiam tratamento. Hoje este número subiu para 5%. Sincero adepto dos tratamentos farmacológicos, que segundo ele salvaram sua vida, Andrew Solomon acaba por se perguntar se a doença cresce com o desenvolvimento da medicina ou se a indústria farmacêutica produz as doenças para os remédios que desenvolve, do mesmo modo que outros ramos industriais criam mercados para seus produtos.

Insight sem inconsciente?
A contribuição das terapias medicamentosas no tratamento das doenças mentais é inegável, e o analista, assim como outros “terapeutas da fala” no dizer de Solomon, não pode dispensá-la. “O Prozac não deveria tornar o insight dispensável,”, diz Robert Klitzman, da Universidade de Colúmbia, citado pelo autor. “Deveria torná-lo possível”.
Mas qual o insight possível, capaz de produzir efeitos sobre a subjetividade, em uma cultura onde as práticas de linguagem se impõem fortemente de modo a apagar o sujeito do inconsciente? As histórias de pacientes depressivos enumeradas por Andrew Solomon centram-se ao redor da perspectiva única do vitimismo. As pessoas se deprimem porque não suportam o que foi feito a elas. Acidentes, perdas traumáticas, abandonos, violência, abuso sexual na infância; é de fora para dentro que a vida psíquica se impõe àqueles que sofrem de mal estar.

É óbvio que a rede de proteção do psiquismo pode ser rompida pelas irrupções traumáticas do real; mas as “desgraças da vida” recaem sempre sobre um sujeito, incidem sobre uma posição desejante e são rearticuladas pelas formações do inconsciente, que são formações da linguagem. Do ponto de vista do vitimismo, a cura da depressão consiste na eliminação de todo traço de “má notícia” que advenha do inconsciente. A psiquiatria e a indústria farmacêutica aliam-se a este ponto de vista. “Assistimos a um conluio curioso entre a descrição psiquiátrica e a própria queixa do deprimido”, escreve Delouia. “A ignorância a respeito do psíquico “une o fenômeno depressivo com a parafernália nosográfica da psiquiatria”.

O autor não deixa de ser crítico em relação a esta perspectiva. “Nós patologizamos o curável. Quando existir uma droga contra a violência, ela será encarada como uma doença”. Também é crítico em relação ao ideal de remoção química de toda a dor de existir. No entanto, a ingenuidade a respeito da realidade psíquica prevalece até mesmo em relação à sua própria crise depressiva. Filho de uma mulher ativa e absorvente, que mais tarde ele próprio pode perceber como depressiva, Andrew Solomon participou, junto com o pai e o irmão, do suicídio assistido da mãe, vítima de câncer no ovário aos 58 anos. Depois dessa morte, dramática e intensamente estetizada, a fantasia de suicídio ocorre aos outros membros da família. No ano seguinte, Solomon inicia uma análise com uma mulher que lhe lembra a mãe, e propõe a ela um pacto incondicional: não abandonarão o tratamento até o “fim”, sob nenhuma condição. Mas alguns anos depois,a analista anuncia ao dedicado analisando que vai deixar o trabalho. Aposentadoria por tempo de serviço…
No tempo de análise que lhe resta, Andrew Solomon não entende por que vai entrando em depressão cada vez mais grave, até que a própria analista concorda em que ele busque auxílio psiquiátrico. A análise “termina” pouco depois, e ele atravessa um ciclo de depressões gravíssimas. A inabilidade da analista de Solomon quanto ao manejo da transferência diante de um quadro de luto melancólico salta aos olhos do leitor familiarizado com a psicanálise. Não é sem razão que ele escreve, anos mais tarde, que a psicanálise seja “hábil para explicar, mas não eficiente para mudar” os quadros depressivos.

A julgar pelo relato de Solomon, seu tratamento psicanalítico foi baseado na reconstituição da vida infantil, em busca de um causalidade psíquica que, de fato, pode ter valor explicativo mas não produz nenhuma intervenção sobre o psiquismo vivo e ativo no sujeito adulto. Pierre Fédida, em seu livro sobre a depressão, adverte sobre os riscos de se buscar a evocação de um “acontecimento real que se supõe empiricamente traumático: a vivência infantil – essencialmente inatual na fala associativa – recebe assim uma positividade patogênica, na forma de uma atualidade passada”. O “infantil” que interessa à psicanálise não é o do passado, rememorado pelo eu, mas o que se manifesta ao vivo na transferência, nas demandas dirigidas ao analista. Como a analista de Solomon não se deu conta da relação entre a proposta de uma análise incondicional feita por ele, o amor pela mãe e o pacto de morte que o uniu a ela? Como não se deu conta da relação entre a crise depressiva de seu analisante e o anúncio burocrático de sua “aposentadoria”?

O livro de Solomon não oferece nenhuma contribuição decisiva para o conhecimento da depressão, mas lança uma luz importante sobre as relações entre a emergência epidêmica dessa forma de mal estar e os modos de subjetivação predominantes na cultura norte-americana. Em uma sociedade onde as formações discursivas apagam o sujeito do inconsciente, em que a felicidade e o sucesso são imperativos superegóicos, a depressão emerge – como a histeria na sociedade vitoriana – como sintoma do mal estar produzido e oculto pelos laços sociais. O vazio depressivo, que em muitas circunstâncias pode ser compensado pelo trabalho psíquico, é agravado em função do empobrecimento da subjetividade, característico das sociedades consumistas e altamente competitivas. A “vida sem sentido” de que se queixam os depressivos só pode ser compensada pela riqueza do trabalho subjetivo, ao preço de que o sujeito suporte, amparado simbolicamente pelo analista, seu mal estar. A eliminação farmacológica de todas as formas de mal estar produz também, paradoxalmente, o apagamento dos recursos de que dispomos para dar sentido à vida.
Artigo de Maria Rita Kelh


10 Benefícios da Canela – Para Que Serve e Propriedades


Muitas pessoas usam especiarias como canela, açafrão, pimenta e gengibre simplesmente para realçar o sabor, mas saiba que elas têm seus usos medicinais. Na verdade, as estruturas moleculares de muitos medicamentos são baseadas em substâncias naturais. A canela é um exemplo de um tempero diário que tem uma lista impressionante de benefícios, principalmente devido a uma substância como cinamaldeído (componente que lhe dá o sabor e odor característicos).

O cinamaldeído pode fazer algumas coisas como acabar com o mau hálito e repelir insetos, mas o seu valor é muito mais profundo do que isso. Os benefícios da canela devem-se a esse componente. Esse texto tratará sobre a canela, para que serve, quais os benefícios da canela, assim como suas propriedades.

Para que serve a canela? Quais os tipos?
O perfume e o sabor da canela têm sido conhecidos desde o começo dos tempos, sendo um dos mais apreciados. Derivada da casca marrom de árvores de canela, nativas do Sri Lanka, tem sido usada há milênios como um tempero, um medicamento, e como um bem comercial extremamente valioso.

A canela geralmente vem em pau ou em pó. De qualquer forma, a melhor maneira de preservar a sua frescura é armazená-la em um recipiente de vidro em um local fresco e escuro. A canela é um ingrediente popular em muitas receitas e adiciona um sabor levemente picante a inúmeros pratos.
Existem centenas de tipos de canela, mas apenas 4 tipos ou variedades são usadas para fins comerciais: a canela ceilão, a cassia, a saigon e a korintje. Com excessão da ceilão, as outras três variedades também são classificadas na categoria cassia, porque elas são muito semelhantes entre si, com apenas pequenas variações na cor, sabor, forma e conteúdo de cumarina. Todos os tipos de cassia são duras e têm altos níveis de cumarina, uma substância conhecida por causar danos ao fígado. Já a ceilão é o único tipo suave e frágil, com níveis ultrabaixos de cumarina.

Benefícios da canela
As próximas seções apresentarão 10 dos principais benefícios da canela, explorando um pouco de suas propriedades:

1. A canela é carregada com antioxidantes
Os antioxidantes protegem o organismo dos danos oxidativos causados por radicais livres. A canela é carregada com poderosos antioxidantes, como os polifenois. Em um estudo que comparou a atividade antioxidante de 26 especiarias, a canela acabou como o vencedor claro, superando até mesmo “superalimentos” como o alho e o orégano. De fato, é tão potente que a canela pode ser utilizada como um conservante natural de alimentos.

2. A canela tem propriedades anti-inflamatórias
Inflamação no corpo é algo extremamente relevante. Ela ajuda a combater infecções e a reparar danos no tecido. No entanto, a inflamação pode tornar-se um problema quando é crônica (a longo prazo) e dirigida contra os próprios tecidos do corpo. As propriedades da canela a fazem poder ser útil a este respeito, porque alguns estudos demonstraram que os antioxidantes presentes nela têm uma atividade anti-inflamatória potente.

3. A canela pode reduzir o risco de doença cardíaca
A canela tem sido associada à redução do risco de doença cardíaca, causa mais comum de morte prematura no mundo. Em pessoas com diabetes tipo 2, 1 grama de canela por dia tem efeitos benéficos sobre os marcadores do sangue. Reduz os níveis de colesterol total, colesterol LDL, triglicérides, enquanto mantém os níveis de colesterol HDL.
Mais recentemente, um grande estudo concluiu que a avaliação de uma dose de canela apenas 120 miligramas por dia pode ter estes efeitos. Neste estudo, a canela também aumentou HDL (o “bom colesterol”).
Em estudos com animais, a redução da pressão sanguínea foi apontado como mais um dos benefícios da canela. Quando combinados, todos estes fatores podem reduzir drasticamente o risco de doença cardíaca.

4. Canela pode melhorar a sensibilidade ao hormônio insulina
A insulina é um dos principais hormônios que regulam o metabolismo e o uso de energia. Também é essencial para o transporte de açúcar no sangue a partir da corrente sanguínea e em células. O problema é que muitas pessoas são resistentes aos efeitos da insulina. Esta condição, conhecida como resistência a insulina, é uma característica de doenças graves, como a síndrome metabólica e diabetes tipo 2.
Bem, a boa notícia é que mais um dos benefícios da canela é que ela pode reduzir drasticamente a resistência à insulina, ajudando este incrivelmente importante hormônio a fazer seu trabalho. Ao ajudar a insulina fazer o seu trabalho, a canela pode diminuir os níveis de açúcar no sangue.

5. A canela diminui os níveis de açúcar no sangue e tem um poderoso efeito antidiabético
A canela é conhecida por seus efeitos de redução do açúcar no sangue. À parte dos efeitos benéficos com relação à resistência à insulina, a canela pode reduzir o açúcar no sangue através de vários outros mecanismos.
Em primeiro lugar, a canela foi apontada por diminuir a quantidade de glicose que entra na corrente sanguínea após uma refeição. Ele faz isso através da interferência com numerosas enzimas digestivas, que retardam a degradação de carboidratos no trato digestivo.
Em segundo lugar, um composto em canela pode atuar em células imitando a insulina. Isto melhora a captação de glicose pelas células, embora ela aja de maneira muito mais lenta do que a própria insulina.
Numerosos testes em humanos confirmaram os efeitos antidiabéticos da canela, mostrando que ela pode diminuir os níveis de açúcar no sangue em jejum em até 10-29%. A dose eficaz é tipicamente 1-6 gramas de canela por dia (cerca de 0,5-2 colheres de chá).

6. A canela pode ter efeitos benéficos sobre doenças neurodegenerativas
As doenças neurodegenerativas são caracterizadas por perda progressiva da estrutura ou função de células do cérebro. A doença de Alzheimer e doença de Parkinson são dois dos tipos mais comuns.
Dois compostos encontrados na canela parecem inibir a formação de uma proteína denominada tau no cérebro, que é uma das características da doença de Alzheimer. Em um estudo que avaliou a camundongos com doença de Parkinson, a canela ajudou a proteger os neurônios, normalizar os níveis de neurotransmissores e melhorar a função motora. Estes benefícios da canela devem ser mais estudados em seres humanos.

7. A canela pode proteger contra o câncer
O câncer é uma doença grave, caracterizada por um crescimento descontrolado de células. A canela tem sido amplamente estudada para o seu uso potencial na prevenção e tratamento do câncer. No geral, a evidência é limitada a experimentos em tubos de ensaio e estudos com animais, que sugerem que os extratos de canela podem proteger contra o câncer.
Ela atua através da redução do crescimento de células de câncer e da formação de vasos sanguíneos em tumores, e parece ser tóxica para as células cancerosas, causando a morte celular. Um estudo em ratos com câncer de intestino revelou que a canela pode ativar enzimas de desintoxicação potentes no intestino, protegendo contra o crescimento maior do câncer.
Estes resultados foram apoiados por experimentos em tubo de ensaio, que mostraram que a canela ativa respostas antioxidantes protetoras em células do intestino humano. Esses benefícios da canela devem ser confirmados em estudos controlados em breve.

8. A canela ajuda na luta contra infecções bacterianas e fúngicas
O cinamaldeído, o principal componente ativo da canela, pode ajudar a combater vários tipos de infecção. O óleo de canela foi apontado para tratar eficazmente as infecções do trato respiratório causadas por fungos. Ele pode também inibir o crescimento de certas bactérias, incluindo a Listeria e a Salmonella.
Os propriedades da canela antimicrobianas também podem ajudar a prevenir a cárie dentária e reduzir o mau hálito.

9. A canela pode ajudar a combater o vírus HIV
O HIV é um vírus que lentamente destrói o sistema imunitário, o que pode eventualmente levar à AIDS, se não for tratado. A canela extraída de variedades cassia pode ajudar na luta contra o HIV-1. Esta é a estirpe mais comum do vírus HIV em humanos.
Um estudo de laboratório observou as células infectadas pelo HIV e descobriu que a canela foi o tratamento mais eficaz de todas as 69 plantas medicinais estudadas. Testes em humanos são necessários para confirmar esses benefícios da canela.

10. A canela pode ajudar com o ganho de massa muscular
Esse é um benefício que decorre de algumas das propriedades da canela já relatadas nos tópicos acima. Ela pode ser usada como um auxiliar para o ganho de massa muscular.
Seu pâncreas libera o hormônio insulina em seu sangue, que diz ao seu fígado, músculos e tecido adiposo para tirar a glicose do sangue e armazená-la. Seu fígado e músculos armazenam a glicose como uma substância conhecida como glicogênio, e suas células de gordura armazenam-na como triglicérides.
O armazenamento de glicogênio expande o tamanho das células de músculo, e o armazenamento de triglicérides expande as células de gordura. Com o tempo, o corpo ganha resistência à insulina, sendo necessária cada vez mais insulina para realizar esta tarefa.
Nesse ponto, a canela contribui para o ganho de massa muscular, visto que melhorando a sensibilidade à insulina, tem um impacto positivo para o ganho de músculos. Além disso, os efeitos antioxidantes são úteis para aliviar o estresse muscular após exercícios intensos.

11. A canela pode ajudar em programas de perda de peso
Novamente, esse é um dos benefícios da canela que vêm das várias outras propriedades da canela já apresentadas. A canela pode retardar o esvaziamento do estômago, principalmente para reduzir os picos de açúcar no sangue. Sentindo-se mais saciado, as chances de que você vai comer menos são maiores.
A canela é um digestivo natural, ajudando na digestão adequada dos alimentos. Isso significa que você provavelmente irá extrair mais nutrientes para o seu corpo a partir de uma determinada quantidade de alimentos e não tem que comer excessivamente para o fazer.
A canela ajuda a armazenar menos ácido graxo. Se o seu corpo recebe o excesso de açúcar, o fígado converte este açúcar em ácidos gordos ou gordura. A canela parece aumentar o seu metabolismo de açúcar no sangue, o que significa que quebra o açúcar de absorção para o corpo como energia. Isso pode significar que menos ácidos graxos são produzidos para o seu corpo armazenar.


08/10/2015

Seu corpo registra energeticamente sua historia de vida


Mais eficiente que a memória do computador, seu corpo registra tudo que aconteceu com você desde a infância até agora. O psicólogo e teólogo francês Jean-Yves Leloup relaciona símbolos arcaicos com várias partes do corpo e esclarece as causas físicas, emocionais e espirituais das boas sensações e de algumas doenças.

Uma página em branco. É assim o corpo novinho em folha do recém-nascido. Desde o instante do nascimento e a cada fase da vida, a pele, os músculos, os ossos e os gestos registram dados muito precisos que contam nossa história. “O homem é seu próprio livro de estudo, basta ir virando as páginas para encontrar o autor”, diz Jean-Yves Leloup, teólogo, filósofo e terapeuta francês.

É possível escutar o corpo e conhecer sua linguagem, que muitas vezes se expressa por sensações prazerosas, por bloqueios ou pela dor, que nada mais é do que um grito para pedir atenção. “O corpo não mente. As doenças ou o prazer que animam algumas de suas partes têm significados profundos”, revela Leloup.

Ele nos convida a responder algumas questões sobre pés, tornozelos, ventre, genitais, coração, pulmões e muitas outras partes. Elas podem ser nosso guia em uma viagem de autoconhecimento que toca em aspectos físicos, emocionais e espirituais: “Primeiro, podemos notar qual é nosso ponto fraco, o lugar de nosso corpo em que vêm se alojar, regularmente, a doença e o sofrimento. Há a escuta psicológica pela qual podemos prestar atenção no medo ou na atração que vivemos em relação a algumas partes do corpo. E há ainda a escuta espiritual. O espírito está presente em nosso corpo, e certas doenças e algumas crises são manifestações do espírito, que quer trilhar um caminho, que quer crescer, que quer desenvolver-se em membros que lhe resistem”, diz ele. E continua: “Algumas depressões estão ligadas a fatores emocionais, a um rompimento, uma perda, uma falência. Mas há também depressões iniciáticas, em que a vida nos ensina, por meio de uma queda, um acidente, que devemos mudar nosso modo de viver”.
Descubra a seguir quais são os símbolos associados por Jean-Yves Leloup a cada parte do corpo e responda às questões, que facilitam a reflexão e o reconhecimento do que está impresso em você. Boa viagem!

Pés, as nossas raízes
 “Será que experimentamos prazer em estar sobre a terra? Podemos imaginar o corpo como um árvore. Se a seiva está viva em nós, ela desce às raízes e sobe até os mais altos galhos. É de nosso enraizamento na matéria que depende nossa subida à luz. É da saúde de nossos pés que vem o enraizamento”, explica Leloup.
Ele lembra que em diferentes práticas de ioga há a purificação dos pés, que são mergulhados na água salgada. “Pelos pés podem escorrer nossas fadigas e tensões.”
 “A palavra pé, podos, em grego, relaciona-se à palavra paidos, que quer dizer criança. Cuidar dos pés de alguém é cuidar da criança que o habita. Perguntei a um sábio: ‘O que posso fazer para ajudar alguém?’ Ele respondeu: ‘Lembre-se de que essa pessoa foi uma criança, que ainda é uma criança. E que tem dor nos pés.’”
Preste atenção: verifique se seus pés são seu ponto fraco. Como você se apoia sobre eles? Em seguida, toque-os, sentindo ossos, músculos e partes mais ou menos sensíveis. Quais são suas raízes familiares? Quais as expectativas de seus pais em relação a você? Qual seu sentimento em relação a filhos?

Tornozelos, a possibilidade de ir em frente
Termômetro da rigidez ou da flexibilidade com que levamos a vida, os tornozelos têm relação direta com o momento do nascimento. “Por que esse é também um momento de articulação entre a vida dentro e fora do útero. Alguns de nós conheceram dificuldades e viveram até traumas nesse elo que une a vida fetal com o mundo exterior. O corpo guardou essa memória e a expressa na fragilidade dos tornozelos”, diz o filósofo.
Segundo Leloup, os tornozelos simbolizam também o refinamento da vida, as relações íntimas e a articulação do material com o espiritual. As pessoas em que o tornozelo é o ponto fraco têm dificuldade de avançar nos vários aspectos da vida. Dar um passo a mais é ir além de nossos limites e também saber aceitar o que se é, seja isso agradável ou não. “Essa é a condição para ir mais longe”, finaliza ele.
Preste atenção: você costuma ter dor nos tornozelos? Essa região é rígida ou flexível? Sofreu entorses? Em que momentos de sua vida eles ocorreram? É difícil avançar em direção ao que você quer? Qual é o passo que você precisa dar e o passo ao qual resiste?

Joelhos, o apoio para dar e receber colo
A flexibilidade é uma das qualidades importantes para que os joelhos sejam saudáveis. “Quando eles são rígidos, é provável que surjam problemas na coluna vertebral e nos rins”, lembra Leloup, que nos revela o significado mais profundo dessa parte do corpo. “Em algumas línguas, estranhamente há uma ligação entre a palavra filho e a palavra joelho. Em francês, por exemplo, genou, joelho, tem a mesma raiz da palavra générer, gerar. Em hebraico, joelho é berekh, e também bar e bèn, que significa filho. Assim, ser filho, ser filha é estar no colo, envolvido por esse gesto, que é o elo entre os joelhos e o peito. Temos necessidade de dar e receber essa confirmação afetiva. E manter alguém no colo, sobre os joelhos serve para manter o coração aberto”, finaliza.
Preste atenção: observe como são seus joelhos. Eles são flexíveis, rígidos, doloridos? É bom tocá-los ou não? Quem o pegou no colo quando você era criança? Esse gesto de intimidade é familiar para você? Qual a sensação? E você, para quem dá colo (seja fisicamente, seja como símbolo de acolhimento)?

Genitais, a energia de vida
O teólogo Jean-Yves Leloup fala dos tipos de amor e prazer, dos traumas e das sensações vividos na infância que marcam para sempre nossa sexualidade. Ele ressalta que o encontro de dois corpos pode ser mais que físico. “A representação mais primitiva de Deus foi encontrada na Índia e são o lingan e a ioni, o símbolo fálico masculino e o genital feminino. Assim a representação do sexo foi a primeira feita pelo homem para evocar Deus – porque o sexo é onde se transmite a vida. Dessa maneira, passa a ser o local da aliança, algo de muito sagrado”, considera Jean-Yves Leloup. “Portanto, a sexualidade não é somente libido. Essa libido pode tornar-se paixão, passar através do coração e transformar-se em compaixão. É sempre a mesma energia vital, que muda e se transforma de acordo com o nível de consciência no qual nos encontramos.”
Preste atenção: quais são suas dores ou doenças relacionadas aos órgãos genitais? Você sofre desses males? Qual a sensação diante dos seus genitais (vergonha, repulsa, prazer)? Qual sua postura em relação à sexualidade (à sua própria e ao sexo no contexto cultural)?

Ventre, o centro processador de emoções
Estômago, intestinos, fígado, vesícula biliar, baço, pâncreas, rins são os órgãos vitais abrigados em nosso ventre. Eles são responsáveis pela transformação do alimento em energia, pela absorção de nutrientes e pela eliminação de toxinas.
Emoções como raiva, medo, prazer e alegria acertam em cheio essa região e também precisam ser digeridas. Leloup aponta que “o perdão tem uma virtude curativa porque podemos tomar toda espécie de medicamento, sermos acompanhados psicologicamente, mas há, por vezes, rancores que atulham nosso ventre, nosso estômago, nosso fígado”. Ele destaca que todas as partes do corpo lembram a importância de respeitar o tempo de digestão e assimilação de tudo que nos acontece de ruim e também de bom.
Preste atenção: como é sua digestão? Quando você tem uma forte emoção, sente frio na barriga ou alguma reação na região? Quais foram os fatos difíceis de ser digeridos em sua vida? O que há por perdoar?

Coração e pulmões, o pulso vital
Esses dois órgãos estão intimamente ligados a nossa respiração. “O coração é um dos símbolos do centro vital, ele é o centro da relação. E é importante observar como nossa vida afetiva influencia nossa respiração. Às vezes, nos sentimos sufocar porque não correspondemos à imagem que os outros têm de nós, e isso também impede que o coração bata tranquilamente. Para alguns, querer ser normal a qualquer preço, querer agir como todo mundo, pode ser fonte de doenças”, assinala o psicólogo Jean-Yves Leloup.
Agir de acordo com suas vontades mais genuínas e aceitar o que se é, mesmo que isso não combine com o grupo, pode ser uma das formas de se libertar e sair do sufoco.
Preste atenção: você já teve períodos prolongados de angústia ou tristeza? O que liberta sua respiração e o que o sufoca? Você se preocupa muito com a imagem que as pessoas têm de você? Já parou para ouvir as batidas de seu coração e o das pessoas a quem você ama? O que deixou seu coração partido? O que o fez bater feliz?