“Nada é. Tudo está.”

20/04/2012

Preserve seu cérebro com nutrientes

Use os alimentos em benefício de seu cérebro e garanta suas saúde, memória e vitalidade.


Em vez de pratos e talheres, tubos de ensaio e microscópios. O apetite fica aguçado, mas por experiências e novas observações. E a cozinha cede espaço ao laboratório, onde cabeças investigam substâncias encontradas nos alimentos capazes de beneficiar nossa massa cinzenta. Como entrada, nesse menu de novidades, é bom lembrar que, nos anos 1990, os cientistas descobriram que, diferentemente do que se imaginava, os neurônios se reproduzem ao longo da vida toda. O nascimento de células nervosas novinhas em folha é chamado de neurogênese. E deguste esta informação, caro leitor as refeições podem estimular esse fenômeno, assegurando funções nobres, como a nossa capacidade de memorizar e raciocinar.
No Brasil, talvez ninguém entenda mais desse elo entre nutrição e cérebro do que o professor Cícero Galli Coimbra, neurologista da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Uma dieta rica em colina, nutriente que aparece sobretudo na gema do ovo, contribui para a neurogênese, exemplifica o especialista. Nosso organismo, diga-se, depende totalmente dos alimentos para obter a substância, já que não consegue sintetizá-la. E, sem ela, as lembranças não se fixam direito. Se não ingerimos boas fontes de colina, não há produção de um neurotransmissor chamado acetilcolina, envolvido na formação da memória, completa a nutricionista Luciana Ayer, co-autora do livro Nutrição Cerebral (Editora Objetiva).
Outra substância pede a atenção dos que querem conservar a mente: a glutamina. Ela é fundamental para compor o DNA, isto é, o material genético de novas células na massa cinzenta. O organismo até consegue fabricar esse aminoácido. Mas não basta. Para mantê-lo em níveis ideais, precisamos de alimentos protéicos. Aí a melhor fornecedora é a clara de novo, o ovo!
E, assim como quem deixa para saborear a melhor parte da refeição por último, falta apontar o mais aplaudido dos ingredientes para preservar a atividade cerebral: o ômega-3. Esse ácido graxo não só favorece o nascimento de neurônios como protege os já existentes. Ele se incorpora às membranas das células nervosas que formam os circuitos responsáveis por funções como a memória, explica o neurologista Greg Cole, diretor do Centro de Estudos sobre Mal de Alzheimer da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos.

Como tudo no nosso organismo, o sistema nervoso necessita de um equilíbrio entre proteínas, gorduras e, claro, carboidrato. O cérebro consome grande quantidade de glicose, justifica Paulo Caramelli, coordenador do Departamento de Neurologia Cognitiva da Academia Brasileira de Neurologia. Daí a importância de comer pães, massas e arroz. Eles seriam uma espécie de combustível dos pensamentos. Já as proteínas fornecem a base para a síntese dos neurotransmissores, essenciais para a comunicação entre os neurônios.
Entre as gorduras, reina o ômega-3. Ele melhora a função cognitiva, afasta o mau humor e diminui a ansiedade, garante o médico americano Alan Logan, autor do livro The Brain Diet (A dieta do cérebro). O pesquisador Greg Cole nota que, sozinho, o ômega-3 ajuda, mas, para tirar máximo proveito, é preciso ingerir fontes de antioxidantes. Sem elas, o cérebro fica à mercê de radicais livres, que detonam seus neurônios, afirma. No caso, os alimentos indicados são os vegetais cheios de betacaroteno (cenoura e rúcula) e de flavonóides (soja e cebola). E há ainda a maçã, lotada de substâncias anti-radicais.
As frutas cítricas, ricas em vitamina C, também têm ação antioxidante, lembra a nutricionista Gláucia Pivi, do Ambulatório de Neurologia do Comportamento da Unifesp. Outra vitamina que protege o cérebro é a E, encontrada nos óleos vegetais, nos ovos e nas nozes. Ela está associada à baixa incidência do mal de Alzheimer, diz Caramelli.
As do complexo B são igualmente importantes para a saúde mental. A B1, presente nos grãos, nas verduras e nos cereais, garante a boa absorção da glicose de que o cérebro tanto precisa. Já a B12, que está no leite, em seus derivados e nos ovos, favorece a memória. E o ácido fólico das verduras verde-escuras e dos cereais integrais freia o declínio cognitivo que vem com a idade, afirma Logan. A letra D fecha o bloco dessas vitaminas. Embora seja obtida pra valer por meio da exposição ao sol, dá para complementar a dose com peixes e leite. Ela também atua na renovação dos neurônios, assegura Cícero Galli Coimbra.
No time dos minerais, a nutricionista Luciana Ayer destaca o zinco e o magnésio. O primeiro que aparece nas ostras, nas nozes e na castanha-do-pará combate os radicais livres e beneficia o trabalho dos neurotransmissores. O magnésio, encontrado nas folhas e nas oleaginosas, auxilia nas transmissões nervosas e ainda protege o cérebro do efeito tóxico de aditivos químicos.
A contrapartida é a seguinte: assim como alguns nutrientes são aliados do cérebro, outros representariam uma ameaça, tendo sua parcela de culpa na degradação das células nervosas. Ainda na década de 1990, foram identificados compostos químicos formados durante o cozimento das carnes branca e vermelha as aminas heterocíclicas. Os portadores de males como o Parkinson e o Alzheimer apresentavam níveis bem mais elevados dessa substância no organismo, conta o neurologista Cícero Galli Coimbra. As aminas se unem ao cromossomo do neurônio e desligam alguns genes fundamentais para a célula, que se degenera. Isso, aos poucos, afeta a capacidade de pensar e de recordar as coisas mais simples.
Quanto maior o tempo em que a carne fica exposta às altas temperaturas, maior a quantidade das nefastas aminas. Naquele churrasco bem passado, os teores chegam às alturas. Não à toa, Coimbra cita Buenos Aires: a capital argentina, que ama uma parrilla, apresenta um dos maiores índices de portadores de Parkinson do planeta.
É claro que ninguém vai sentir os efeitos nocivos logo depois de ir a uma churrascaria. Eles são cumulativos, ressalva o professor. A quantidade de carne consumida ao longo da vida pode determinar o aparecimento de doenças neurodegenerativas no futuro. O médico, por sinal, é radical: sugere aboli-las do dia-a-dia e ele próprio segue à risca sua recomendação, baseada em estudos científicos. Dos animais, para Coimbra, só o peixe está liberado, e, melhor ainda, se for cozido ao vapor, ensopado ou mesmo cru.
Alguns de seus colegas não condenam a carne de vez, até porque é grande fornecedora de proteínas e vitaminas. A sugestão é moderar o consumo da vermelha, diz Paulo Caramelli. Para Rubem Guedes, professor de neurofisiologia da Universidade Federal de Pernambuco, comer bife grelhado no dia-a-dia, mas sem exagero, não representa risco. Açúcar também pede parcimônia. Em excesso, ele leva a pequenas inflamações no cérebro que danificam os neurônios, conta Alan Logan. Montar um cardápio que tire um pouco do espaço dos doces e, em compensação, privilegie os ingredientes que alimentam a cabeça é a melhor idéia especialmente para quem pretende ainda ter muitas delas e por muitos anos.
 
Fonte: Revista Saúde

Sete dores que não devem ser menosprezadas

Elas avisam: algo está errado. Mas preferimos pensar que vão passar depressa a procurar um médico. É aí que muitas vezes damos de cara com o perigo. Saiba como escapar de um engano

Levante a mão quem nunca se automedicou por causa de uma dor. É corriqueiro achar que ela é um mal passageiro, entupir-se de analgésico e esperar até ela se tornar insuportável para ir ao médico. Estudos indicam que 64% dos brasileiros tentam se livrar da sensação dolorosa sem procurar ajuda. Foi assim com a auxiliar de dentista Antônia Sueli Ferreira, 45 anos, de São Paulo. "Tomei muito remédio durante três meses por causa de cólicas fortíssimas e do que parecia ser uma lombalgia. Só depois fui ao médico. E então descobri que tinha um câncer colorretal. Tive de ser submetida às pressas a uma cirurgia. Por sorte, estou bem", conta. Segundo o cirurgião Heinz Konrad, do Centro para Tratamento da Dor Crônica, em São Paulo, "a dor é um mecanismo de proteção que avisa quando algo nocivo está acontecendo". A origem do malestar? Eis a questão — e, para ela, precisamos ter sempre uma resposta. "Na dúvida, toda dor precisa ser checada, ainda mais aquela que você nunca sentiu igual", aconselha o cardiologista Paulo Bezerra, do Hospital Santa Cruz, em Curitiba. Aqui, selecionamos sete dores que você nunca deve ignorar.

Dor de cabeça
Dos 10 aos 50 anos, ela geralmente é causada por alterações na visão ou nos hormônios — esta, mais comum entre as mulheres. E esses são justamente os casos em que a automedicação aumenta o tormento. "Isso porque, quando mal usado, o analgésico transforma uma dorzinha esporádica em diária", avisa o neurocirurgião José Oswaldo de Oliveira Júnior, chefe da Central da Dor do Hospital A.C. Camargo, em São Paulo. Acima dos 50 anos, as dores de cabeça merecem ainda mais atenção: é que podem estar relacionadas à hipertensão.

Dor de garganta
Costuma ser causada pela amigdalite de origem bacteriana ou viral. "Se não for tratada, a amigdalite bacteriana pode exigir até cirurgia", alerta o otorrinolaringologista Marcelo Alfredo, do Hospital e Maternidade Beneficência Portuguesa de Santo André, na Grande São Paulo. A do tipo viral baixa a imunidade e, em 10% dos casos, vira bacteriana. Portanto, pare de banalizar essa dor. Se ela parece nunca ir embora, abra os olhos: certos tumores no pescoço também incomodam e podem ser confundidos, pelos leigos, como simples infecções.

Dor no peito
"Quando o coração padece, a dor é capaz de se espalhar na direção do estômago, do maxilar inferior, das costas e dos braços", descreve o cardiologista Paulo Bezerra. Em geral, isso acontece quando o músculo cardíaco recebe menos sangue devido a um entupimento das artérias. "A sensação no peito é como a de um dedo apertado por um elástico. E piora com o estresse e o esforço físico", explica Bezerra. Não dá para marcar bobeira em casos assim: o rápido diagnóstico pode salvar a vida.

Dor nas pernas
Muita gente não hesita em culpar as varizes — às vezes injustamente. "A causa pode ser outra", avisa a fisiatra Lin Tchia Yeng, do Hospital das Clínicas, em São Paulo. Uma artrose, por exemplo, provoca fortes dores nos pés e nos joelhos. Se não for tratada, piora até um ponto quase sem retorno. "Em outros indivíduos a dor vem das pisadas", explica Lin. "É quando há um erro na posição dos pés ou se usam calçados inadequados." Sem contar doenças como hipotireoidismo e diabete, que afetam a circulação nos membros. "Há medicamentos específicos para resolver a dor nesses casos", diz a reumatologista Solange Mandeli da Cunha, do Centro de Funcionalidade da Dor, em São Paulo.

Dor abdominal

Uma dica: o importante é saber onde começa. Uma inflamação da vesícula biliar começa no lado direito da barriga, mas tende a se irradiar para as costas e os ombros. Contar esse trajeto ao médico faz diferença. "Se a pessoa não for socorrida, podem surgir perfurações nessa bolsa que guarda a bile fabricada no fígado", diz o cirurgião Heinz Konrad. Nas mulheres, cólicas constantes — insuportáveis no período menstrual — levantam a suspeita de uma endometriose, quando o revestimento interno do útero cresce e invade outros órgãos. "Uma em cada dez mulheres que vivem sentindo dor no abdômen tem essa doença", calcula a anestesiologista Fabíola Peixoto Minson, do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo.

Dor nas costas
A má postura e o esforço físico podem machucar a coluna lombar. "É uma dor diária, causada pelo desgaste físico e pelo sedentarismo", diz o geriatra Alexandre Leopold Busse, do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Conviver com o tormento? Essa é a pior saída. A dor nas costas, além de minar a qualidade de vida, pode escamotear o câncer no pâncreas também. "No caso desse tumor, surge uma dor lenta e progressiva", ensina a fisiatra Lin Tchia Yeng. Por precaução, aprenda que a dor nas costas que não some em dois dias sempre é motivo de visitar o médico.

Dor no corpo

Se ele vive moído, atenção às suas emoções. A depressão, por exemplo, não raro desencadeia um mal-estar que vai da cabeça aos pés. "O que dá as caras no físico é o resultado da dor psicológica", diz Alaide Degani de Cantone, coordenadora do Centro de Estudos e Pesquisas em Psicologia e Saúde, em São Paulo. "Quem tem dores constantes aparentemente sem causa e que vive triste, pessimista, sem ver prazer nas coisas nem conseguir se concentrar direito pode apostar em problemas de ordem emocional", opina o psiquiatra Miguel Roberto Jorge, da Universidade Federal de São Paulo. E, claro, essas dores que no fundo são da alma também precisam de alívio.
 
Fonte: Revista Saúde

16/04/2012

Curry ajuda no combate ao Mal de Parkinson

Substância do condimento inibe processo de degeneração celular



Estudo realizado na Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, revela que o curry, condimento tradicional da culinária indiana, protege o sistema nervoso e evita o desenvolvimento de doenças degenerativas como o Mal de Parkinson.

Foram testados ratos geneticamente modificados em laboratório, que ingeriram doses variadas de curry durante os estudos, enquanto outros que não tiveram o condimento adicionado à dieta.

A análise concluiu que metade dos ratos que receberam o curry apresentaram uma redução significativa das células danificadas pela doença e apenas 19% dos demais que foram submetidos a tratamentos tradicionais com medicamentos apresentaram melhoras.

Os pesquisadores explicam que tais resultados se devem a presença da curcumina, substância presente no curry, que age diretamente sobre a proteína causadora da doença. A curcumina diminuiria o número de células danificadas pela doença e inibiria a ação desta proteína que leva os neurônios a morte.

Dessa maneira, o cérebro de uma pessoa que ingere doses moderadas do condimento está mais protegido contra o Mal de Parkison , do que o das pessoas que não consomem curry. Acredita-se que por sua ação sobre o sistema nervoso, o condimento também possa auxiliar no tratamento de outras doenças degenerativas como o Mal de Alzheimer.


Tai chi chuan melhora sintomas de Parkinson

Pacientes que praticam o exercício têm metade das chances de sofrer uma queda


Um estudo desenvolvido pelo Instituto de Pesquisa de Oregon (EUA) mostrou que os movimentos do tai chi chuan podem ajudar a reverter alguns dos sintomas físicos da doença de Parkinson. Os médicos reuniram 195 pessoas com a doença e as dividiram em três grupos: o primeiro teve aulas de tai chi, o segundo exercício com pesos e o terceiro fez um programa de alongamentos. Todos os grupos fizeram sessões de 60 minutos, duas vezes por semana. 

Depois de seis meses, os pacientes que fizeram tai chi eram capazes de se inclinar para frente ou para trás com mais facilidade, sem tropeçar ou cair, em comparação com aqueles que tinham feito o treino de resistência ou de alongamento. Eles também orientavam seus movimentos com mais precisão e conseguiam dar passos mais longos do que os demais. 

O benefício mais impressionante do tai chi para paciente com Parkinson foi a diminuição da incidência de quedas, muito comuns em pessoas com a doença e que podem causar ferimentos graves, como fraturas e contusões. As pessoas no grupo do tai chi apresentaram metade do número de quedas comparadas com aquelas que estavam recebendo treinamento de resistência e dois terços menos quedas que as pessoas que fizeram exercícios leves de alongamento. 

Os pesquisadores afirmam que os medicamentos que os pacientes com Parkinson precisam tomar ajudam a controlar alguns sintomas, como os tremores, mas não são tão bons em ajudar os chamados sintomas axiais da doença de Parkinson, que incluem problemas com o equilíbrio e a marcha. O tai chi pode ajudar a resolver esses casos. 

Prática do tai chi chuan proporciona equilíbrio e combate o estresse

A tranquilidade do movimento lento, o contraste entre o cheio e o vazio, a harmonia entre o interno e o externo e as simbologias do poder da terra, da água, do fogo, do metal e da madeira traduzem a prática do tai chi chuan. Ele foi criado com propósitos de combate, como uma arte marcial, mas com o passar dos séculos ganhou ênfase no desenvolvimento da saúde e no combate ao estresse. 

No tai chi chuan, a suavidade e a flexibilidade superam a dureza e a rigidez. O exercício, que engloba também uma filosofia de vida, enfatiza a harmonia como um meio de melhorar o desenvolvimento da mente e das habilidades físicas. Também é ressaltada a importância do controle da respiração, a prática da meditação e de movimentos naturais do corpo. 

Para o professor do Espaço Bem-Estar em São Paulo, Arthur Dalmaso, durante a prática se trava um combate de você contra você mesmo. Não existe erro, é preciso alcançar seu equilíbrio fortalecendo a respiração, corrigindo a postura e alongando músculos e tendões. Parece um exercício simples e fácil, mas que na verdade exige muita concentração para realizar cada movimento. 

A diferença está na sensibilidade da forma. Segundo o livro Tai chi chuan: saúde e equilíbrio, de Fernando De Lazzari, é importante deixar o corpo relaxado e estendido durante a prática. "Quanto mais tensa a pessoa está, menos sensível ela fica. Uma pessoa relaxada tem os sentidos mais receptivos e uma consciência maior do que se passa em seu interior e exterior. O princípio básico do tai chi chuan é aprender a relaxar, ficar calmo, com a mente limpa, seja nos movimentos, seja no trabalho ou em qualquer outra atividade". 

Aluna da técnica há sete meses, Mônica D'Amato diz que recorre aos fundamentos do tai chi para se equilibrar. "Uso os exercícios de respiração em situações do dia a dia que me exigem outra postura", relata. A aluna conta que era muito ansiosa, queria praticar um exercício, mas depois de uma atividade aeróbica se sentia mais ativa ainda. Foi pensando nos três pilares (respiração, concentração e equilíbrio) que ela se aproximou da técnica chinesa. 


15/04/2012

Atitudes e pensamentos para evitar a depressão


Pesquisas mostram que uma das razões para o aumento da incidência da depressão é o estresse resultante da competitividade desenfreada. “Entrar numa corrida alucinada para ser o melhor, o mais esperto e o mais rico, e não para realizar-se, normalmente gera um sentimento de desesperança e de inutilidade que pode levar à depressão”, explica o psiquiatra Cyro Masci, membro da Academia Americana de Estresse Traumático. Além do tratamento convencional, diz Cyro, mudar a qualidade dos pensamentos é fundamental na cura e mesmo na prevenção da doença:
NADA É PARA SEMPRE
A pessoa otimista acredita que as situações infelizes são passageiras. A pessimista as considera permanentes.

A SOLUÇÃO DEPENDE DE MIM
O pessimista tende a não confi ar em si próprio e a buscar a solução nas outras pessoas. O otimista sabe que as respostas estão em si mesmo e por isso tem autonomia interna e autoconfi ança diante das oportunidades e crises.

VAMOS POR PARTES
Para o otimista, as coisas são conquistadas em etapas. O pessimista sonha em dar um único passo e “chegar lá”, o que o impede de avançar dentro do possível.

VIVA EU!
A pessoa otimista tende a se considerar responsável por acontecimentos felizes. A pessimista quer atribuí-los ao acaso ou à sorte.

DESAFIO, NÃO AMEAÇA
Um traço comum no otimista é enxergar as exigências da vida como desafi os. O pessimista os encaram como ameaças. Enfrentar problemas é um modo de aprender mais sobre a vida, acredita o otimista.

Fonte: Revista Viva Saúde

Dor até quanto você deve suportar

Se você recorre aos remédios ao primeiro sinal de dor, deveria pensar duas vezes. Um analgésico, por exemplo, pode mascarar sintomas para um bom diagnóstico



As pessoas reagem à dor de forma diferente. Marina, 30, precisa de dose dupla de anestésico só para tratar um dente. Já a sua irmã, Sílvia, 41, enfrentou o parto com tanta tranqüilidade, que chegou a ser saudada pela equipe médica. Reações opostas numa mesma família são comuns. Afinal, no campo da resistência e da superação, outros fatores pesam muito mais do que a herança genética.
De acordo com o anestesiologista Onofre Alves Neto, presidente da Sociedade Brasileira de Estudos da Dor (SBED), a resposta aos estímulos é individual e depende de como cada um reage emocionalmente a eles. A psicóloga Dirce Perissinotti, doutora em neurologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), concorda. Para ela, em 70% dos casos, a sensação dolorosa tem uma razão afetiva-emocional. “É o que chamamos de memória implícita da dor. O cérebro se habitua a responder por meio de dores a situações que não estejam necessariamente relacionadas a doenças ou agressões e alterações físicas”, explica Dirce.
Um perfil típico é o da pessoa com dificuldades para lidar com suas frustrações e insatisfações. Conforme a psicóloga, a rigidez da musculatura, a tensão postural e uma irrigação sangüínea ineficaz, provocadas por estresse e pressões diárias, facilitam a resposta orgânica de que algo dói.

Resistir ou atacar
O neurocirurgião Cláudio Corrêa, coordenador do Centro de Dor do Hospital Nove de Julho, em São Paulo, também chama a atenção para a forte questão cultural envolvida. De um lado, há uma tradição das pessoas recorrerem à automedicação sempre que surge alguma dor no dia-a-dia.
“Essa prática retarda o diagnóstico e, por conseqüência, o tratamento correto.” O contrário também ocorre.
“Há pessoas que excedem os limites da resistência e se recusam a usar qualquer medicação, o que também é incorreto”, explica o neurocirurgião.

CAUSAR UM INCÔMODO DANADO E ATÉ IRRITAÇÃO, MAS EM ALGUNS CASOS É SÓ UMA FORMA DE DEFESA CONTRA PRESSÕES EMOCIONAIS

Na prática, é como se algumas pessoas incorporassem um típico chorão que toma um comprimido ao primeiro sinal de dor; outros, ao contrário, se comportam como verdadeiros már tires, sofrendo com se renidade.

A DOR É A PRINCIPAL CAUSA DE FALTA AO TRABALHO E À ESCOLA, DE LICENÇA MÉDICA E APOSENTADORIA POR DOENÇA, DE ACORDO COM ESTIMATIVAS DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ESTUDOS DA DOR (SBED)

Se a comparação extrapolar para diferenças culturais, um exemplo clássico de resistência à dor vem do povo japonês. Já os latinos, brasileiros incluídos, tradicionalmente falam e se queixam mais.

Muito além do remédio
O controle da dor não depende só do alívio do sintoma, mas também da modificação das condições que favorecem o seu aparecimento, como desequilíbrio emocional, problemas de postura (como se senta, como dorme...) o ambiente físico (mobília, iluminação do local...) e o estilo de vida. Quem faz atividade física regularmente, por exemplo, está mais protegido contra as dores. Pode parecer estranho, porque são os atletas que ficam mais expostos a lesões, mas o anestesiologista Onofre Alves Neto explica: “aqueles que praticam exercícios regularmente e com a devida orientação têm um limiar muito mais alto de resistência à dor, por causa da maior liberação de endorfinas pelo organismo, substâncias consideradas analgésicos naturais.

O autocontrole exigido na prática de algumas atividades, como ioga e artes marciais, também ajuda o corpo a relaxar e a suportar melhor as sensações de desconforto provocadas pela dor.

Ninguém melhor do que o portador de dor crônica (como é considerado aquele que sofre com um incômodo por mais de três meses seguidos) para concordar com a necessidade de uma intervenção ampla — que vai além do uso de analgésicos ou antiinflamatórios. Especialmente quando as dores constantes acabam afetando de vez o tecido nervoso e a pessoa passa a ter de lidar com o incômodo até o final da vida. Neste caso, as técnicas de relaxamento podem ajudar muito o paciente a conviver melhor com a dor. Já a psicoterapia cognitivo-comportamental seria capaz de mudar o comportamento do paciente crônico, melhorando a relação dele com o sintoma.


Quando o sintoma é nunca sentir dor
Enquanto que para muitas doenças a dor dá o sinal de alarme, para um problema raro, a sua ausência é o principal sintoma. Trata-se da analgesia congênita, originada de um defeito genético que impede a pessoa de sentir qualquer tipo de dor — mesmo as mais intensas. Por exemplo, se quebrar um braço, só vai perceber tarde demais, quando nervos, tecidos e articulações desse membro já estão totalmente comprometidos. Por essa razão, os portadores dessa doença raramente conseguem chegar à puberdade.

Outra técnica, cada vez mais utilizada, é a do biofeedback, que monitora as reações psicofisiológicas, como a emoção e a afetividade, manifestadas no plano inconsciente, por meio de sensores e eletrodotos conectados ao paciente. Essas informações são ‘lidas’ por um programa, na tela do computador, que identifica aspectos como tonicidade muscular, pulso, temperatura, corrente elétrica da pele, freqüências cardíaca e respiratória, sempre que há associação com a memória da dor ou sua percepção real, naquele momento.
“À medida que as respostas do paciente são mostradas de forma consciente, ele é treinado para modificá-las ao menor sintoma”, traduz a psicóloga Dirce Perissinotti da USP.



REMÉDIO SÓ COM ORIENTAÇÃO MÉDICA
Ao sentir uma dor aguda, de aparecimento súbito, deve-se sempre procurar um médico “para que seja tratada e abolida ou se torne suportável. Há um risco grande de uma dor aguda tornarse crônica”, avisa Onofre Alves, presidente da SBED. No caso de uma simples dor de cabeça, tomar medicamentos de modo irregular, pode levar a uma cefaléia crônica. “A pessoa faz diversos tratamentos e continua com a dor”, explica Manuel Jacobsen, coordenador do Grupo de Dor do Hospital das Clínicas da FMUSP.
E há ainda conseqüências mais graves. Segundo o nefrologista e clínico Jorge Lopes, do Hospital Edmundo Vasconcelos, o consumo indiscriminado de antiinflamatórios para dores musculares e nas articulações, é um dos principais responsáveis pela insuficiência renal, ou a total falência dos rins. As estimativas comprovam, de acordo com o médico, que metade dos pacientes em hemodiálise ou candidatos a um transplante de rim tinham sempre à mão um estoque desse tipo de medicamento.



Arsenal de combate
Hoje, há muitos recursos que reduzem a necessidade de analgésicos. Veja como cada um deles pode ajudar, segundo a SBED:


FISIOTERAPIA: utiliza diversas técnicas (massagens, exercícios locais e em aparelhos) para melhorar a função das estruturas do corpo comprometidas pelo processo doloroso.
TERMOTERAPIA: uso de calor externo para produzir bem-estar e facilitar a execução dos exercícios. Entre os instrumentos utilizados estão as bolsas térmicas, os banhos de parafi- na e a hidromassagem.

CRIOTERAPIA: fontes frias como gelo, bolsa com água gelada ou cubos de gelo e aerossóis refrescantes, seguidos de alongamento muscular ou de massagem. A técnica é usada principalmente para aliviar dores agudas.

ELETROTERAPIA: por meio de choques leves nos músculos, ajuda a diminuir a atrofia muscular provocada pelas dores crônicas.

MASSAGENS: relaxam e melhoram a circulação sangüínea nos tecidos, facilitando o tratamento das dores musculares e da fibromialgia. Pode ser feita pelo terapeuta, pelo paciente ou por seus familiares.

ACUPUNTURA: a milenar terapia oriental, que introduz agulhas especiais em pontos determinados do corpo, produz relaxamento muscular, efeito antiinflamatório e a liberação de substâncias analgésicas naturais, como a endorfina e a serotonina.

HIPNOSE: durante a sessão, a pessoa torna-se mais receptiva ao inconsciente, à memória e às sugestões do terapeuta. Proporciona alívio imediato para a dor aguda, uma vez que a tensão muscular diminui no paciente hipnotizado.

HÁ CASOS ATÉ DE INSUFICIÊNCIA RENAL CAUSADA PELO USO DE REMÉDIOS SEM ORIENTAÇÃO MÉDICA

Fonte: Revista Saúde

Perigo à espreita no percurso

A trombose venosa profunda (TVP) raramente dá sinais de alerta e pode passar despercebida, enquanto vai obstruindo os vasos sangüíneos. Conheça a doença que só costuma ser descoberta durante uma grave complicação

Causada pela coagulação do sangue no interior das veias (vasos sangüíneos que conduzem o sangue da periferia ao coração e pulmão), a trombose venosa profunda (TVP), também conhecida como flebite ou tromboflebite profunda, é caracterizada pela formação de trombos (coágulos).
De acordo com o cirurgião vascular, Ricardo Aun, do Hospital Albert Einstein, de São Paulo, em 90% dos casos, as veias mais atingidas são as dos membros inferiores. A doença afeta 50 pessoas em cada grupo de 100 mil, sendo a terceira doença mais freqüente do aparelho vascular, perdendo apenas para o derrame e o infarto do miocárdio.
Mas por que, afinal, o sangue coagula dentro da veia? Pelo desequilíbrio. Para entender melhor: no sangue há fatores que favorecem a sua coagulação, os chamados procoagulantes, e outros que a inibem, os anticoagulantes, responsáveis pela manutenção do sangue em estado líquido. Quando a balança pende para o lado dos procoagulantes, acontece a formação do trombo.
Segundo Valter Castelli Jr, presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular, da Regional São Paulo, três situações favorecem a coagulação:

1. Estase venosa - é a diminuição da velocidade da circulação, que acontece após a pessoa permanecer parada por longo período de tempo (viagens de avião, automóvel ou ônibus), cirurgias prolongadas, pessoas acamadas etc.

2. Lesão do vaso - a veia normal tem paredes finas e lisas por onde o sangue passa sem coagular. Qualquer trauma, lesão, ruptura na parte interna, introdução de medicação, cateterismo, infecções, entre outros fatores, pode levar aos trombos.

3. Hipercoagulabilidade ou coagulação fácil - quando há desequilíbrio em favor dos coagulantes. Pode ocorrer na gravidez, durante o uso de anticoncepcionais, e na presença de doenças como diabetes ou distúrbio genético de coagulação.

PREVENÇÃO É MOVIMENTO
Para os angiologistas, especialistas que tratam as moléstias vasculares, prevenir trombose significa combater a estase venosa, isto é, fazer o sangue venoso circular, facilitando seu retorno ao coração. Saiba como movimentar o fluxo na prática:

Faça caminhadas regularmente. Os movimentos reforçam a musculatura, promovem uma 'massagem' nas veias e estimulam o fluxo sangüíneo.
Se ficar sentado muito tempo, faça dorso-flexão: eleve a ponta do pé em direção ao tornozelo. Flexione e alongue também os joelhos em direção à cintura.

Antes de uma viagem longa, fale com seu médico sobre o possível uso de uma medicação preventiva.

Evite qualquer uma daquelas três condições que favorecem a formação do coágulo dentro da veia, descritas abaixo.

Matenha-se longe do tabaco e do sedentarismo.

Controle seu peso.

Se você precisa de alguma terapia hormonal, já sofreu de trombose ou tem histórico familiar de trombofilia, consulte regularmente seu médico.

Use meia elástica, se você trabalha o dia inteiro sentada. Ela massageia e faz pressões específicas nas áreas de maior fluxo sangüíneo.
Dor em uma perna é alertaÉ mais comum os sintomas da TVP começarem em uma das pernas, principalmente na panturrilha (a "batata" da perna). São eles: dor, inchaço e rubor na área afetada. "Diante de tais manifestações, o paciente deve ser encaminhado a um serviço médico de emergência, sobretudo pelo risco do quadro evoluir para uma embolia pulmonar, a complicação mais temida", destaca Bonno Van Bellen, chefe da equipe de cirurgia vascular do Hospital Beneficência Portuguesa (SP).
A embolia pulmonar ocorre, quando o coágulo se desprende da veia e, sob a forma de êmbolo, migra e chega até o pulmão, onde pode obstruir uma artéria.
É uma complicação de maior gravidade e costuma vir acompanhada de falta súbita de ar, dor torácica e, nos casos mais graves, arritmia, diminuição da pressão arterial e até morte súbita.


"Mesmo na ausência desses sintomas respiratórios não se pode descartar essa complicação, mesmo porque 30% dos casos de embolia resultam em morte", alerta Bonno Van Bellen.

Como chegar aos coágulos
O diagnóstico da TVP é difícil, pois na metade dos casos ela não manifesta sintomas. "É importante pensar na possibilidade da doença em todos aqueles com queixas nos membros inferiores e que apresentem um ou mais "fatores de risco". Após um completo exame clínico feito por um especialista, sua suspeita deve levar à realização de exames complementares para confirmar o diagnóstico e dar início ao tratamento", orienta Nilo Izukawa, chefe do setor de cirurgia vascular do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, em São Paulo.
O mais solicitado é o duplex-scan. Nele, uma caneta especial emite freqüências sonoras, que são refletidas pelos glóbulos, mostrando a velocidade do fluxo sangüíneo do vaso estudado. Se reduzida, há suspeita de trombos, que podem ser visualizados no decorrer do exame. Na flebografia, faz-se injeção de contraste para radiografar a perna. Se houver obstrução, ela aparece na radiografia. Eventualmente, opta-se pela ressonância ou tomografia computadorizada, para diagnosticar lesões localizadas.

Tratamento é clínico
O tratamento da TVP é realizado no hospital por um período de cinco a sete dias, quando são utilizados anticoagulantes injetáveis (heparinas), como relata Valter Castelli. São eles que previnem o crescimento do trombo, evitam a formação de novos coágulos e diminuem o risco de embolia pulmonar. Hoje, pode-se evitar a hospitalização com o uso de heparinas de baixo peso molecular.
Após a alta, o paciente toma anticoagulantes orais por três a seis meses, podendo prolongar-se por um ano ou mais, dependendo da extensão da doença e do quadro clínico do indivíduo. "Pacientes com histórico genético de alteração na coagulação sangüínea serão prováveis candidatos a tomar a medicação pelo resto da vida", esclarece Castelli. Também é recomendado o uso de meias elásticas e repouso com as pernas elevadas.
Há ainda outros tipos de terapia para a TVP, como o uso de trombolíticos (substâncias que dissolvem o trombo) e cirurgia (trombectomia para retirada cirúrgica do trombo), mas ambos são restritos a casos especiais, como ocorrências raríssimas de risco iminente de perda do membro afetado.

Fonte: Revista Viva Saúde

14/04/2012

10 mandamentos para prevenir o câncer

Diversos tipos da doença podem ser evitados, desde que se mude o estilo de vida, com a adoção de hábitos saudáveis.

 
Câncer é um grupo de doenças que se caracteriza pela perda do controle da divisão celular e pela capacidade de invadir outras estruturas orgânicas.

O Instituto Nacional de Câncer (INCA), órgão do Ministério da Saúde responsável por desenvolver e coordenar ações integradas para a prevenção e controle do câncer no Brasil, sugere alguns passos a serem seguidos no sentido de prevenir o câncer, diminuindo o alto impacto deste grupo de doenças na população.

Os cânceres causados pelo tabagismo e pelo uso de bebida alcoólica podem ser prevenidos, assim como muitos cânceres que estão relacionados a dietas alimentares desequilibradas. Além desses, vários cânceres de pele podem ser prevenidos, por exemplo, usando proteção contra os raios solares, e realizando-se exames específicos, conduzidos regularmente por profissionais de saúde. Certos tipos de câncer, muito freqüentes no Brasil, como o de mama, colo de útero, cólon e reto, próstata, testículo e boca, podem ser passíveis de detecção precoce.

1. Pare de fumar! Essa é a regra mais importante para se prevenir contra o câncer.

2. Uma alimentação saudável pode reduzir os riscos de câncer, em pelo menos 40%. Coma mais frutas, legumes, verduras, cereais e menos alimentos gordurosos, salgados e enlatados. Sua dieta diária deve conter, pelo menos, cinco porções de frutas, verduras e legumes. Dê preferência às gorduras de origem vegetal como o azeite extra-virgem, óleo de soja e de girassol, entre outros, lembrando sempre que não devem ser expostas a altas temperaturas. Procure evitar as gorduras de origem animal (leite e derivados, carne de porco, carne vermelha, pele de frango etc.) e algumas gorduras vegetais como margarinas e gordura vegetal hidrogenada.

3. Evite ou limite a ingestão de bebidas alcoólicas. Os homens não devem tomar mais do que dois drinques por dia, enquanto as mulheres precisam limitar o consumo a um drinque. Além disso, pratique atividades físicas moderadas durante pelo menos 30 minutos, cinco vezes por semana.

4. É aconselhável que homens entre 50 e 70 anos, durante uma consulta médica, orientem-se sobre a necessidade de investigação do cancêr de próstata.

5. Os homens, acima de 45 anos, com histórico familiar de pai ou irmão com câncer de próstata antes dos 60 anos, devem realizar consulta médica para investigação de cancêr de próstata.

6. As mulheres, com 40 anos ou mais, precisam fazer o exame clínico das mamas anualmente. Além disso, toda mulher, entre 50 e 69 anos, deve realizar uma mamografia a cada dois anos. Quem tem caso de câncer de mama na família (mãe, irmã, filha etc., diagnosticados antes dos 50 anos) ou aquelas que tiveram câncer de ovário ou câncer em uma das mamas, em qualquer idade, necessitam executar o exame clínico e a mamografia a partir dos 35 anos de idade, anualmente.

7. As mulheres com idade entre 25 e 59 anos devem realizar exame preventivo ginecológico. Após dois exames normais seguidos, o exame precisa ser feito a cada três anos. Para os exames alterados, siga as orientações médicas.

8. É recomendável que mulheres e homens, com 50 anos ou mais, façam exame de sangue oculto nas fezes, a cada ano (preferencialmente) ou a cada dois anos.

9. No lazer, evite exposições prolongadas ao sol, entre 10 horas e 16 horas, e use sempre proteção adequada como chapéu, barraca e filtro solar. Se você se ex-põe ao sol, durante a jornada de trabalho, procure usar chapéu de aba larga, ca-misa de manga longa e calça comprida.

10. Realize diariamente a higiene oral (escovação) e consulte o dentista regularmente.

Fonte: Revista Viva Saúde

O poder do Zinco

O mineral está em uma série crescente de fórmulas que prometem suplementar a dieta, mas que benefícios ele traz para a sua saúde? Ainda pouco conhecido, o zinco, encontrado também em alimentos, atua em processos vitais no organismo
Como o mineral age
Antioxidante, ele está presente em quase todos os tecidos do corpo e por isso tem ações benéficas diversas. Pertence à categoria dos elementos químicos necessários para o crescimento, desenvolvimento e funcionamento adequado do organismo. Segundo a farmacêutica Sheila Ornellas Guimarães (SP), está envolvido em processos bioquímicos relacionados à imunidade, à formação óssea e à cicatrização. Diabéticos também se beneficiam. “Ele atua nas funções do pâncreas, órgão responsável pela liberação de insulina”, diz a geriatra Jacqueline Renault, da Clínica Terapêutica Harmonya (SP). O mineral ainda é eficiente no combate à degeneração macular, que causa a cegueira em idosos, graças à forte associação com a vitamina A, essencial para o bom funcionamento da retina.

Fonte da juventude
Como o selênio, manganês e outros minerais, o zinco, associado à vitamina C, é muito importante no combate aos radicais livres. “Estes são formados no metabolismo celular, a partir do oxigênio, ou entram no organismo vindos do meio exterior, acelerando o envelhecimento dos tecidos”, diz Paulo Olzon Monteiro da Silva, chefe da Disciplina de Clínica Médica da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

RAZÕES PARA O DÉFICIT
A falta de zinco pode estar relacionada ao consumo exagerado de cereais não refinados e pão não fermentado. “Algumas substâncias químicas adicionadas aos alimentos industrializados reduzem a absorção de zinco, como os fosfatos e o EDTA”, esclarece a nutricionista Fernanda (SP). Também contribuem para o déficit, o uso de anticoncepcionais orais e corticosteróides, bem como a dificuldade de absorção, o que pode ocorrer em casos de alcoolismo, quando ele é eliminado pela urina ou devido a desordens digestivas.

EVITANDO EXCESSOS
Os especialistas concordam que a melhor maneira de ingerir vitaminas e minerais é por meio dos alimentos, até para evitar o risco de megadose de nutrientes. “É inviável passar a vida tomando cápsula. E o zinco, especificamente, pode tornar-se tóxico se consumido acima da ingestão diária recomendada, que é de 15 mg”, pondera a nutricionista Fabiana Casé do Vale (SP). Para alcançar essa dose, Fabiana recomenda: pão integral de manhã, carne no almoço, barra de cereal à tarde e uma porção de frango no jantar.

Quem deve consumir mais
Atletas, idosos, vegetarianos, portadores de doenças inflamatórias crônicas podem apresentar deficiência de zinco, por perda excessiva durante o exercício ou pelo consumo de carboidratos simples (refinados) ou ainda como seqüela do problema de saúde. Nestes casos, a suplementação é recomendada, mas sem exageros. “Altas doses de zinco podem reduzir a absorção do ferro, além de ter sido associadas a baixos níveis de cobre, diminuição da função imunológica e dos níveis de HDL (o bom colesterol)”, alerta a nutricionista Fernanda Pisciolaro (SP).

Conseqüências das deficiências
Elas foram descritas pela primeira vez em homens jovens do Irã e Egito. “São caracterizadas por pequena estatura, problemas na produção de esperma e anemia”, relata a nutricionista Fernanda. Na infância, a falta do mineral poderá interferir no crescimento e no desenvolvimento.

Alimentos no lugar de cápsulas
É possível encontrar o zinco em uma lista extensa e variada de alimentos: ostras, mariscos, mexilhão, arenque, fígado, fígado de porco, carne bovina, peixe, aves, gema de ovo, leite e derivados, iogurte, queijo, manteiga, manteiga de amendoim, cereais enriquecidos e de grão integral, arroz, cereal de arroz, farelo de trigo, farinha de aveia, pão de centeio, pão de trigo integral, trigo, cevada, feijões secos, ervilha, milho, nozes, levedo, alface, batata, beterraba, cenoura, couve, espinafre, cereja, laranja, pêra.

RICOS POR NATUREZA

CONCENTRAÇÃO EM PORÇÕES DE 100 GRAMAS
FOTOS: SÍMBOLO IMAGENS

 Fonte: Revista Viva Saúde

Fome de inverno

O organismo exige mais energia quando o termômetro registra baixas temperaturas. Mas isso não é desculpa para abusar de chocolates e outros itens hipercalóricos. Neste período, vá devagar com a comida e preserve sua saúde
 


É só a temperatura cair para começar um desfile interminável e apetitoso de pratos calóricos. É quase impossível resistir a uma maravilhosa fondue de queijo ou a uma simples caneca de chocolate quente com um fio de leite condensado. No inverno, é fato, o apetite e a preguiça para enfrentar os dias frios aumentam na mesma proporção.
No entanto, o gasto energético nessa época do ano é maior, porque o organismo se esforça mais para manter a temperatura corporal dentro dos padrões de normalidade. O aumento da fome é o corpo pedindo mais energia, que é captada através dos alimentos”, explica Durval Ribas Filho, presidente da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran) e professor de pós-graduação em Nutrologia.
Embora essa energia extra seja usada para controlar a temperatura, é melhor não abusar. A nutricionista Camila Zago, chefe do setor de Nutrição e Dietética do Hospital São Camilo Ipiranga, diz que os excessos, nesse período, não são justificáveis em um país como o Brasil, onde a temperatura é amena comparada, por exemplo, ao Leste europeu. “A verdade é que os brasileiros não gostam do inverno, então se deprimem e a produção de serotonina, um neurotransmissor que promove a sensação de bem-estar, diminui. Para suprir esta sensação de tristeza e desânimo, as pessoas, principalmente as mulheres, acabam descontando na comida e engordam”.

Os perigos da gula
A nutricionista Luciana Zuolo Coppini, mestre em nutrição pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), alerta que a comilança pode dilatar as paredes abdominais. “Pessoas que não estão acostumadas ao excesso, se insistirem, podem até expelir o que comeram”, enfatiza o gastroenterologista Joaquim Gama, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz (SP).
Os excessos à mesa também podem ser determinantes para o surgimento de doenças como hipertensão e obesidade, além de contribuir para o aumento dos níveis de colesterol e triglicéride, que elevam os riscos de problemas car diovasculares.
Portanto, não apenas para não engordar, mas para evitar que todos os seus cuidados com a saúde até agora tenham sido em vão, o ideal é redobrar os cuidados com a alimentação na estação mais fria do ano.
Uma dica é ficar atento ao alimento consumido — se há maior demora para ele ser metabolizado e liberado do estômago. E investir nele. Os carboidratos, como massas e pães, por exemplo, dão uma sensação de peso passageira e rápida. Já a digestão das proteínas (carnes, principalmente) dá mais trabalho e sua liberação para o intestino é mais lenta.

OUTROS TRUQUES PARA DRIBLAR A COMILANÇA
Confira algumas dicas para controlar o apetite ou deixar as guloseimas menos calóricas

SOPAS: prefira aquelas feitas com legumes batidos, em vez de creme de leite. Para dar uma engrossada, adicione farelo de trigo, pois, além de dar mais sabor, proporciona uma sensação de saciedade, regula a função intestinal e controla os níveis de colesterol.

CHÁS: são ótimas alternativas para esquentar o corpo, além de deliciosos e diversificados.

CARNES DE PORCO: procure substituí-las por carnes mais magras (como peixes ou frango sem pele), preparadas na panela de pressão ou grelhadas.
CHOCOLATE QUENTE: utilize leite desnatado e achocolatado diet. Mas o melhor mesmo é abusar dos chás.

QUEIJOS: dê preferência aos brancos e light, mas não exagere na quantidade.

FONDUE: prepare-a com leite desnatado e queijos magros e troque o pão ou o biscuit por legumes.

FRUTAS: abuse das frutas típicas desta temporada: morangos, tangerina, laranja e maracujá. Elas podem ser consumidas constantemente, já que são boas fontes de vitamina C.

Fonte: Revista Viva Saúde

8 supervilões da dor nas costas

A maioria das fisgadas que abalam a sua coluna (e o seu humor) tem cura. Mas, para que o tratamento seja um sucesso, é preciso descobrir a razão por trás do martírio

ESTIMA-SE QUE 80% DA POPULAÇÃO MUNDIAL AINDA TERÁ DOR NAS COSTAS EM ALGUM MOMENTO DA VIDA

A maioria das pessoas só percebe que precisa proteger mais sua coluna (ou que ela existe) quando as dores começam a incomodar e a limitar a realização de tarefas... E é justamente esse descaso com a região que sustenta o nosso corpo que prejudica o tratamento e o alívio desse incômodo. Felizmente, na maior parte dos casos (80% deles), a dor nas costas não dura mais do que três meses e desaparece, com ou sem medicação, segundo o médico Jamil Natour, professor de Reumatologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Neste caso, “o paciente obrigatoriamente tem que mudar o estilo de vida. Parar de fumar, emagrecer, alongar, cuidar da postura e ficar calmo”, receita José Goldenberg, reumatologista do Hospital Albert Einstein e autor do livro “Coluna, Ponto e Vírgula”. Mesmo assim, não devemos subestimar o problema, porque as causas da dor são múltiplas e vão desde simples vícios de postura até a presença de doenças graves.

Cabe ao médico avaliar os sinais de alerta. Se existirem, é necessária uma maior investigação da causa e do melhor tipo de intervenção.” Os sinais de perigo são febre, perda de peso, histórico de trauma, quando a dor piora com repouso e quando o primeiro episódio ocorre em crianças ou após os 60 anos. Conheça a seguir os oito vilões que mais abalam a sua estrutura:

TABAGISMO, sempre ele
Pouco se fala a respeito, mas o cigarro, além de todos os prejuízos já conhecidos à saúde, também pode afetar o bom funcionamento da coluna vertebral. Segundo os médicos, a dor nas costas costuma tornar-se crônica mais freqüentemente entre os fumantes. A teoria é a de que os discos situados entre as vértebras e que funcionam como amortecedores para os impactos são irrigados por vasos capilares, que, por sua vez, são afetados pelo tabaco. Ou seja, o fumo atrapalha a circulação do sangue nessa região.

DEFORMIDADES na coluna
Escoliose, hiperlordose e hipercifose podem ser um fator de risco ou a origem da dor, mas só se tornam causa do problema quando associadas a outros aspectos. Um exemplo é quando a musculatura flácida deixa de oferecer sustentação para a coluna. A gravidade varia conforme o ângulo de curvatura.
A escoliose é caracterizada como um desvio lateral da coluna. Pode ocorrer já na infância, com maior freqüência em meninas e, nesse caso, exige tratamento rápido para evitar deformidade óssea e artrose no futuro. Escolioses de até 10 graus de angulação ocorrem em até 3% da população. O Instituto Nacional de Tráumato-Ortopedia (Into), órgão ligado ao Ministério da Saúde, alerta: crianças que carregam mochilas muito pesadas correm o risco de desenvolver postura incorreta e apresentar desvios na coluna vertebral. O peso das mochilas não deve ultrapassar o limite de 10% do peso da criança.
Já a hiperlordose é a lordose (curvatura normal da coluna) exagerada. É caracterizada pelo bumbum arrebitado e mais comum em mulheres, tanto que o salto alto é um agravante.
O problema, geralmente, é bem tolerado, mas, às vezes, pode causar dor. Neste caso, é preferível circular com os glúteos em posição normal, sem forçar a saliência, para o bem da coluna. Já a hipercifose é aquela corcundinha que aparece com freqüência ainda na adolescência, quando os jovens tentam disfarçar a altura ou, no caso das meninas, os seios fartos.

O INCÔMODO NA INFÂNCIA É INCOMUM. PODE SIGNIFICAR PROBLEMAS SÉRIOS, COMO TUMOR OU MALFORMAÇÃO CONGÊNITA

ALONGAR-SE TRÊS VEZES POR SEMANA DIMINUI EM 15% AS CHANCES DE LOMBALGIA

o peso da GRAVIDEZ
Até cerca de 50% das mulheres grávidas sofrem de dores na coluna. Porém, os médicos perceberam que a dor é pior no primeiro trimestre. Atualmente, muitos especialistas acreditam que a causadora da dor é a mudança hormonal. Um hormônio relaxaria e diminuiria o tônus da musculatura, especialmente da pélvis. “Esse problema é muito comum. Acontece muito. Mas não é normal. Sentir dor não é normal”, diz Arnaldo Libman, autor do livro “Cure sua Coluna”.
Engordar demais força as estruturas osteoarticulares e também responde por dor. Neste caso, a postura também tem sua cota de participação, especialmente com o hábito da grávida de jogar a barriga para a frente e o quadril para trás. Libman recomenda à futura mamãe procurar um médico, especialmente porque o tratamento de grávidas é mais complexo, uma vez que elas devem evitar medicamentos fortes. Para resolver o problema, exercícios adequados, hidroterapia e até uma cinta de sustentação podem ser indicadas.

OBESIDADE
Para afetar a coluna, não é necessário entrar na categoria de obeso. Cada 10 quilos a mais do que o recomendado aumenta em 20% o risco de dor nas costas.
Ou seja, a cada 2,5 quilos somados, cresce em 5% a chance da pessoa vir a sofrer de dor nas costas. 

SEDENTARISMO, fuja dele
O sedentarismo também tem sua parcela de responsabilidade. O exercício físico alonga e fortalece os músculos, lubrifica as articulações e nutre os discos. Por outro lado, é preciso certa cautela. Alguns exercícios podem aumentar as dores ou piorar o estado de quem já sofre com o problema. Portanto, é necessário escolher a atividade adequada e começar devagar. Boas opções são caminhadas, natação, bicicleta (atenção à postura!), alongamentos e fortalecimento da musculatura. Os abdominais, além de deixar a barriga tanquinho, ajudam a coluna.
A idade também pesa sobre a coluna. Aos 20 anos, uma pessoa tem os discos compostos por 70% de água. Com o passar do tempo, além de sofrerem desgaste, perdem água.



POSTURA reta
A principal causa de dor nas costas é a postural mecânica. “Essa é a causa mais comum de dor aguda. A pessoa leva uma vida sedentária e fica em uma posição ruim o dia todo”, afirma Ari Radu Halpern, presidente da Sociedade Paulista de Reumatologia.
A capacidade da coluna adaptar-se a essa espécie de ‘ginástica’ postural equivocada é limitada. Não é por falta de uso. Somente a cervical (parte superior da coluna) realiza 600 movimentos por hora, um a cada seis segundos. Boa postura não é só conseguir carregar um livro na cabeça sem deixar cair, como ensinavam nossas mães e avós.
A forma como você trabalha no computador, como fica sentado, como abaixa para pegar um objeto que caiu, como dorme, como carrega peso..... Cada atividade exige consciência corporal, pois apenas entrar no carro ou se jogar na cadeira pode lesionar sua coluna. Em geral, a dor nas costas de origem mecânico-postural melhora com repouso.

CAUSAS emocionais
O estresse da vida moderna cobra seu preço muitas vezes por meio da coluna. Um dia de pressão e sobrecarga de trabalho, aquela sensação de carregar o mundo nas costas, por exemplo, pode tensionar as delicadas estruturas da coluna e desencadear a dor
Os especialistas sabem que os sintomas dolorosos nessa região podem ser conseqüência de problemas emocionais. “Emoções negativas podem se manifestar como dor”, diz Arnaldo Libman, reumatologista e diretor do Centro de Reumatologia e Ortopedia Botafogo, no Rio. “É freqüente a junção de alterações físicas e emocionais em pessoas que têm problemas de coluna”, afirma em seu livro “Cure sua Coluna”.
O estresse e a depressão também são provocados pela dor nas costas, em um círculo vicioso complicado. Com o problema, a pessoa deixa de trabalhar e isso provoca sentimentos negativos. Por isso, o aspecto psicológico e emocional precisa ser considerado antes, durante e depois do tratamento.




HÉRNIA DE DISCO, OSTEOPOROSE E ARTROSE SÃO CAUSAS DAS DORES NAS COSTAS QUE APARECEM TARDIAMENTE

atenção às DOENÇAS
Segundo especialistas, existem até 100 doenças que podem causar dor nas costas. A hérnia de disco é uma das mais freqüentes. Ocorre pelo deslocamento de um disco intervertebral, que passa a comprimir um nervo, causando dor. Os especialistas afirmam que mais de 95% dos casos dispensam cirurgia, ocorrendo absorção do disco após fisioterapia e tratamento clínico. Entre as doenças metabólicas, se destaca a osteoporose, que é a diminuição da densidade da massa óssea. É mais comum em mulheres que entram na menopausa e atinge cerca de 10% dos homens acima dos 50 anos. Para detectar o problema, é preciso fazer o exame de densitometria óssea. O tratamento envolve atividade física, suplemento de cálcio, vitamina D e medicamentos.

Outra doença que causa muitas dores é a artrose, considerada uma doença degenerativa que acomete as vértebras e o disco intervertebral. Ela é muito comum em pessoas com mais de 45 anos. Além dessas, doenças reumáticas, infecciosas, inflamatórias (como artrite e espondilite) e até a presença de tumores podem provocar problemas na coluna.

OS TRATAMENTOS
Ari Radu Halpern, presidente da Sociedade Paulista de Reumatologia, é taxativo:
“Cada causa tem um tratamento diferente”. Segundo ele, como muita gente acaba se curando naturalmente, surgem receitas milagrosas para a coluna.
“O grande erro é partir para o tratamento antes de obter um diagnóstico”, afirma. Os profissionais mais indicados são o médico reumatologista, fisiatra ou ortopedista. As principais formas de tratamento são: medicamentos, pilates, RPG (reeducação postural global), acupuntura (que atua principalmente no sistema nervoso), massagem, hidroterapia (terapia na água) e órteses (apoios para proteger ou dar suporte à articulação).
Fisioterapia ou RPG trabalham o corpo com exercícios adaptados para cada problema. Focam no conjunto de músculos e na postura. Arnaldo Libman dá dicas em seu livro “Cure Sua Coluna” para o alívio imediato da dor após uma lesão: aplicar compressas de gelo é melhor do que banhos quentes, pois impede o excesso de inflamação. Em relação à distensão, alternar compressas geladas e quentes é recomendável. Essas dicas valem para lesões, mas, se após dois ou três dias a dor não ceder, é melhor procurar um médico. Outra recomendação importante: remédios e qualquer outro tipo de intervenção para aliviar os incômodos na coluna costumam resolver as crises temporariamente. Se não houver mudanças de hábitos, porém, a dor pode voltar — e, além disso, tornar-se crônica.

Fonte Revista Viva Saúde

19 verdades sobre a prisão de ventre

O tão conhecido problema de 'intestino preso' afeta 15% dos brasileiros, em geral mulheres. Mas, na maioria dos casos, a dificuldade em 'fazer o número 2' não é causada por razões médicas e sim sociais

 

Um em cada sete brasileiros tem dificuldade de ir ao banheiro. São quase 30 milhões sofrendo com a chamada constipação intestinal, ou simplesmente prisão de ventre. As principais vítimas (75%) são mulheres. Os números ajudam a entender por que o intestino preso é a queixa isolada mais freqüente nos consultórios do gastroenterologista.

Apesar da popularidade do assunto, ainda há muitas dúvidas até entre os atormentados pelo desajuste intestinal há anos. Muitos relatam gastar fábulas de dinheiro em dietas, laxantes e consultas, e garantem que nada funciona.

Resultado: os mitos acabam prejudicando o diagnóstico e o tratamento. As pessoas tomam laxante só porque não conseguem evacuar todo dia. "E isso é um erro", garante o cirurgião e coloproctologista Paulo José Pereira de Campos Carvalho, coordenador do Núcleo de Fisiologia Gastrintestinal do Hospital Albert Einsten (SP) e integrante do Control (Centro de Estudos das Disfunções Urinárias e de Evacuação do Hospital São Luiz, SP). "Cada um tem seu tempo de trânsito intestinal para transformar o alimento em fezes e evacuar", diz o médico. O gastroenterologista Flávio Antonio Quilici, professor da Faculdade de Ciências Mé dicas da Pontifícia Universidade Ca - tó lica de Campinas (PUCC), concorda e acrescenta. "A constipação só se caracteriza se o indivíduo evacua menos de três vezes por semana".

Além disso, há o uso indiscriminado de remédios. "Os laxantes tornam-se cada vez menos eficazes, e a pessoa passa a tomar doses mais altas, agravando o quadro", garante a professora Maria do Carmo Friche Passos, da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Para desmitificar o assunto, Viva Saúde consultou alguns dos principais especialistas no distúrbio. Confira, a seguir, 19 revelações sobre esse incômodo que causa dores, inchaço na barriga, gases e até mau humor.

1. Não é só porque você não consegue evacuar todos os dias que sofre de prisão de ventre.
A constipação intestinal é caracterizada por uma diminuição da freqüê n - cia de evacuações acompanhada por fezes ressecadas e endurecidas. Mas só tem a doença quem vai ao banheiro menos de três vezes por semana. Uma outra boa referência para identificar se há ou não a constipação é o tipo de fezes, que normalmente precisam ser pastosas, não-fragmentadas e umedecidas. Se elas apresentarem esse aspecto, mesmo que a evacuação ocorra de três em três dias, a pessoa não deve se preocupar. Já os que vão ao banheiro diariamente e fazem o chamado "cocô de cabrito", possivelmente têm o intestino preso.

2. O intervalo entre as idas ao banheiro varia entre os sexos.
Nos homens, esse tempo é de 30 horas em média e nas mulheres, de 40 a 60 horas. Mas isso varia conforme o tamanho do intestino, a sua força de contração e a dieta alimentar de cada um. O intervalo das mulheres costuma ser maior, porque a força de contração intestinal delas é menor.

3. O 'intestino preso' é um mal que atinge mais as mulheres.
Sim. Elas têm digestão e trânsito intestinal naturalmente mais lentos, por questões hormonais. Mas o principal motivo para a diferença é cultural. Como as mulheres são educadas desde cedo a não evacuar e nem soltar gases em locais "inapropriados", muitas desenvolvem a chamada síndrome da obstrução de saída.
Se a pessoa deixa de evacuar quando o corpo pede, a vontade passa e as fezes ficam mais tempo do que deveriam no intestino grosso. O bolo fecal perde água, resseca, endurece e aí fica difícil de ser eliminado. Com o tempo, o hábito de contrair-se, mesmo antes de ter a vontade de ir ao banheiro, inibe o reflexo espontâneo de abertura do ânus e esta ação involuntária desaparece, tornando a evacuação cada vez mais difícil.

4. É preciso resgatar o reflexo natural, indo ao banheiro sempre que der vontade. Caso contrário, as dificuldades para evacuar se manterão. E pior: o esforço ao longo dos anos poderá levar à incontinência fecal na velhice.

5. Achar que nada resolve o problema de prisão de ventre é pura falta de informação. Isso vale também para os médicos. Muitos não dão a importância que deveriam ao problema e prescrevem laxantes de forma indiscriminada, agravando a situação. O efeito do laxante parece com o de uma diarréia, o que significa que, após a eliminação de tudo o que estava no intestino, é natural que o corpo precise de alguns dias para produzir novas fezes. O paciente então entra em um círculo vicioso: toma laxante, porque acha que tem o intestino preso; e fica com o intestino preso, porque toma laxante!
Por isso é fundamental que o diagnóstico seja mais preciso e as pessoas entendam que reeducar o intestino depois de anos travando a evacuação requer tempo e dedicação.
6. Intestino preso é diferente de síndrome do intestino irritável.
Sim. Na constipação intestinal mais comum, que é a funcional (motiva da por dieta inadequada, uso de laxantes e contração dos estímulos involuntários de evacuação), a pessoa apresenta dificuldade para ir ao banheiro, produz fezes endurecidas ou fragmentadas, tem de se esforçar para defecar e pode sentir dor no momento da evacuação. Já na síndrome do intestino irritável o indivíduo apresenta dor no abdômen inferior, aumento do volume da barriga e alterações intestinais. Estas alterações, aliás, podem ser diferentes: prisão de ventre, diarréia ou ocorrência alternada de ambas. Ou seja, a prisão de ventre é apenas um sintoma da síndrome do instestino irritável.

7. Sensação de evacuação incompleta é prisão de ventre.
Verdade. Os sintomas mais importantes e comuns da prisão de ventre são dores ao evacuar, sangramento causado pelas fezes endurecidas e sensação de evacuação incompleta.

O USO INDISCRIMINADO DE LAXANTES POR PESSOAS QUE ACHAM QUE SOFREM COM O INTESTINO PRESO PODE, NA VERDADE, DESENCADEAR O PROBLEMA

8. Emoções são capazes de 'prender' o intestino.
Sabe-se que as emoções influem na atuação do sistema nervoso, em especial do nervo vago, que, por sua vez, estimula a função do aparelho digestivo. Ou seja, a pessoa sofre uma alteração de sensibilidade por questões emocionais e passa a ter uma percepção distorcida dos fenômenos fisiológicos do intestino. Assim, as contrações intestinais, que antes eram imperceptíveis, passam a ser traduzidas pelo sistema nervoso como desconfortáveis, gerando diarréia ou prisão de ventre, além de cólicas. Essas alterações psicossomáticas, acreditam os especialistas, podem ter relação com o estresse emocional e até com a sexualidade - uma violência ou desejo reprimido.

9. A má alimentação é uma das principais responsáveis pelo mal. Normalmente, a prisão de ventre é resultado da pouca ingestão de líquidos e de um cardápio pobre em fibras. Mas as causas por trás do distúrbio são diversas. Podem ser funcionais (motivada por dieta inadequada, uso de laxantes e contração dos estímulos involuntários de evacuação) ou orgânicas (associadas a alguma patologia). Outros fatores também costumam desencadear ou agravar o problema, tais como sedentarismo, idade avançada, obesidade, diabetes, gravidez, tumores, efeitos colaterais de medicamentos (como antidepressivos, calmantes e remédios para emagrecer), distúrbio no me tabolismo de cálcio, intoxicação pelo chumbo, hérnias internas, doença de Chagas e abuso de laxantes. Por isso, só o médico é capaz de fazer um diagnóstico preciso.

10. O uso de supositórios na infância não leva à constipação.O fato de o medicamento ser aplicado por via anal não interfere no mecanismo de evacuação do corpo. Além disso, o supositório pode ser usado em crianças, inclusive, para tratar problemas de intestino.

11. Há alimentos que melhoram o funcionamento intestinal.
Sim, especialmente aqueles ricos em fibras insolúveis (ou seja, cerea is integrais, como aveia, trigo, pães, massas e arroz). Eles atuam como laxantes naturais. Como retêm líquidos, essas fibras atuam no intestino grosso aumentando o volume e diminuindo a consistência das fezes, o que favorece o trânsito intestinal e, conseqüentemente, a evacuação. A quantidade necessária de fibras alimentares recomendada ao ser humano é de 25 a 40 gramas por dia, sendo 70% de fibra insolúvel e 30% de fibra solúvel (encontrada especialmente em frutas e verduras).
Outros alimentos ricos em fibras são os alimentos oleaginosos (avelã, amêndoa e noz) e sementes (gergelim e frutas). Mas atenção: o consumo excessivo de fibras também pode ser prejudicial à saúde.

12. Há produtos industrializados que ajudam no tratamento.
Estudos mostram que os alimentos probióticos, que contém microrganismos vivos adicionados à fórmula, melhoram o trânsito intestinal. O mesmo vale para os suplementos de fibras. Mas é importante que se diga que a alta prevalência de constipação intestinal tem a ver muito mais com a retirada das fibras de alguns alimentos industrializados, especialmente do arroz, milho e trigo. As empresas tiram a casca (rica em fibras) para conservar os grãos vendidos ensacados ou enlatados. Não é por acaso que a prisão de ventre é um problema essencialmente urbano. No ambiente rural, as pessoas que consomem muito mais produtos in natura, dificilmente têm intestino preso.
13. O uso de laxantes naturais é extremamente perigoso.
Aliás, de qualquer laxante. As substâncias liberadas no preparo de chás com folhas de sene, cáscara-sagrada e ruibarbo, por exemplo, são muito agressivas às mucosas intestinais. Elas irritam a parede do intestino e interferem em sua sensibilidade. Além de lesar a parte final do tubo digestivo, a ingestão prolongada desses 'laxantes naturais' torna-os menos eficazes e agrava a prisão de ventre. Isso porque, à medida que a pessoa toma quantidades maiores desses chás em intervalos menores de tempo, há riscos sérios de desequilíbrio da concentração de sais minerais no organismo e até desidratação.

14. Intestino preso não necessariamente leva ao câncer.
O câncer de intestino ou colorretal depende de uma predisposição genética. Isto é, pessoas que não têm casos desse tipo na família - a maioria - dificilmente apresentarão a doença, mesmo que sigam hábitos alimentares inadequados e apresentem prisão de ventre. Portanto, a dieta pobre em fibras pode ser no máximo um fator desencadeante, mas não o único causador deste tipo de câncer.

15. A gravidez pode colaborar.
Pesquisas apontam que mais de 30% das gestantes têm prisão de ventre. Isso porque a mulher passa por uma transformação hormonal durante esse período que retarda o processo de evacuação. Paralelamente, há uma pressão do útero sobre o intestino, que também contribui para o atraso na eliminação das fezes. Além disso, a gestante retém mais líquido na gravidez, tornando as fezes mais secas e dificultando sua passagem pelo intestino. O consumo de líquido e de fibras naturais é ainda mais essencial nessa fase, mas, em situações agudas, os médicos podem até recomendar o uso de medicamentos específicos que melhoram o funcionamento do intestino, sem comprometer o desenvolvimento do bebê.

16. Deixar de ir ao banheiro não engorda.
Depois que os alimentos se transformaram em fezes (mesmo que elas demorem a ser formadas e expelidas), eles deixam de ser absorvidos e, portanto, não podem mais ser convertidos em gordura.
17. Fazer exercícios ajuda.

Atividades físicas regulares (três vezes por semana, durante pelo menos 30 minutos) estimulam os movimentos do intestino, favorecendo a eliminação das fezes.

18. A constipação intestinal provoca espinhas.
De certa forma. As substâncias tóxicas, que o organismo tem dificuldade de eliminar pelas fezes, acabam sendo expelidas pelo corpo em forma de espinhas. Mas isso não significa que as pessoas têm de sair tomando laxante para manter a cútis lisa e sem marcas. As acnes podem não ter nada a ver com os problemas intestinais. E, mesmo que tenham, a ansiedade em melhorar a aparência com um estalar de dedos só irá agravar o quadro.

19. Há exames específicos para confirmar o diagnóstico.
Para fazer uma avaliação correta da existência ou não do distúrbio há três testes indicados:

1) Tempo de trânsito colônico: o paciente toma uma cápsula e, a partir do percurso dela no organismo, o médico é capaz de dizer o tempo necessário para que os alimentos se transformem em fezes e sejam eliminados.
2) Videodefecografia: utiliza contraste pelo reto para análise do mecanismo da evacuação do intestino.
3) Manometria anorretal: avalia com trações e reflexos responsáveis pela evacuação
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Fonte: Revista Viva Saúde