“Nada é. Tudo está.”

19/03/2011

Sal


Durante um longo tempo na humanidade, o sal foi considerado muito precioso para a conservação dos alimentos e foi chamado de ouro branco. Os gregos e romanos utilizavam o sal como moeda para suas compras e vendas, por isso surgiu a palavra salário, que deriva de sal. ’Sal comum’ ou ’sal de cozinha’ é o cloreto de sódio, sal mais conhecido por ser largamente utilizado na alimentação humana.
Ele começou a ser utilizado na culinária não por dar sabor aos alimentos, mas por seu potencial sanitário, impedindo a reprodução de bactérias. É um mineral essencial para a regulação dos fluidos intra e extracelulares, atuando na manutenção da pressão sanguínea e na transmissão de impulsos nervosos.

O sal iodado é a principal fonte de sódio e iodo na alimentação. O sal de cozinha é uma mistura de alguns sais: NaCl (cloreto de sódio - 99%, sendo 40% de sódio), e 1% dividido em KI (iodeto de potássio - responsável pela presença de iodo no sal), ferrocianeto de sódio e alumínio silicato de sódio (responsáveis pela diminuição da umidade do produto, evitam que o sal empedre). 
Existem vários tipos de sal, dentre eles destacam-se:
  • Sal marinho: extraído através da evaporação da água do mar, não sendo submetido a nenhum processamento.
  • Sal grosso: não refinado, porém passa por um processo de purificação após sua extração.
  • Sal light: seu teor de sódio é reduzido, sendo fruto da mistura de partes iguais de cloreto de sódio e cloreto de potássio. É ideal para pessoas em dietas com restrição ao sal, mais especificamente, ao sódio.
  • Sal defumado: tem sabor e aroma próprios que dão um toque especial às preparações.
  • Sal de aipo: é um sal de mesa misturado com grãos de aipo secos e moídos.
  • Sal iodado: adicionado de iodo (iodato de potássio) para se evitar o bócio. É uma exigência de leis brasileiras, coordenadas pelo Ministério da Saúde. O iodo é essencial para o desenvolvimento e crescimento do corpo humano e sua deficiência leva ao desenvolvimento de várias doenças denominadas distúrbios por deficiência de iodo (DDI), sendo causa comum de deficiências mentais, embora a manifestação clínica mais evidente seja o bócio.
Cuidado com o excesso de sal! O Guia alimentar para a população brasileira recomenda a redução do consumo de sal para o máximo de 5g/dia, equivalente a uma colher de chá rasa por pessoa. Essa quantidade é suficiente para atender as necessidades de iodo e diminuir o risco de ocorrência de doenças cardiovasculares e hipertensão arterial (estima-se que essa doença atinge cerca de 20% da população adulta brasileira). A elevada ingestão de sódio faz com que o organismo retenha mais líquido e aumente seu volume, podendo prejudicar os rins. Dados de estudos brasileiros indicam que o consumo de sal pela população brasileira, é de 9,6g/pessoa/dia, devendo ser reduzido pelo menos na metade para atender a recomendação.

Não é somente diminuir o sal dos alimentos, deve-se também reduzir o consumo de alimentos industrializados, como temperos prontos, molhos, queijos, conservas, enlatados, embutidos, etc.,  pois possuem teor elevado de sódio. Então, consulte o rótulo dos alimentos e compare-os para ajudar na escolha de alimentos mais saudáveis.

Para persistir no consumo de alimentos com menos sal é importante saber que, pessoas que consomem habitualmente alimentos salgados, ao tentar reduzir o consumo de sal, geralmente consideram a comida não tão saborosa. Isso acontece porque as células do paladar podem levar algum tempo para ajustar-se ao sabor menos intenso do sal, é um período médio de até 3 meses. Para para amenizar o problema, substitua o sal nas preparações por  ervas naturais e desidratadas. 

Para 6 g de sal:
kcal
Carb. (g)
Prot. (g)
Lip. (g)
Fibra (g)
Fe (mg)
Ca (mg)
Vit. C
Sódio (g)
Iodo
(mg)
0
0
0
0
0
0
0
0
2,4
0,24

Referências:
BISIMOLINA, M. C.; CUNHA, R. S.; HERKENHOFF, L. F.; MILL, J. G. Hipertensão arterial e consumo de sal em população urbana. Revista de Saúde Pública, v. 37, n. 6, p. 743-750, 2003.
CORRÊA, H. R.; VIEIRA, J. B. R.; PEREIRA, M. P. L. Inquério sobre a prevalência de bócio endêmico no Brasil em escolares de 6 a 14 anos: 1994 a 1996. Revista Panam Salud Publica, v. 12, n. 5, 2002.
Folha de São Paulo. Especialistas esclarecem 25 dúvidas sobre o consumo de sal. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/folha/equilibrio/noticias/ult263u4191.html. Acesso no dia 7 de maio de 2010.

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