Kiriacos C. Markides é um escritor de naturalidade americana relativamente desconhecido. Nascido em Chipre, onde passou grande parte de sua adolescência e P.H.D. nos EUA, Markides interessou-se em certo momento de sua vida pelo sobrenatural e oculto. E descobriu que o "milagroso" não estava muito distante das terras onde cultivou seus tenros anos a brincar com os coleguinhas e ouvir estórias - muitas vezes inacreditáveis - dos homens e mulheres mais velhos. O "milagroso" estava na ilha de Chipre e tinha um nome: Daskalos (ou Daskale, conforme a declinação grega), o Professor Spyros Sathi ou aquele que o gente ignorante da localidade batizou de "O Mago de Strovolos", um estranho feiticeiro ou bruxo que, entre outras coisas, curava doentes terminais, salvava indivíduos em perigo a milhares de distância (como o fez no caso de um naufrágio), exorcizava espíritos reais de indivíduos que permaneciam em seucorpo astral (como os de um casal de nazistas que obsediava uma pobre jovem judia) ou reduzia à escravidão terríveis diabos (ou "elementais da natureza").
"O Mago de Strovolos" (título da obra homônima) não só é encantador como prende a atenção do leitor fortemente. Aparentemente improváveis, os fenômenos ali descritos acabam por ser aceitos como verdadeiros pelo pesquisador isento, uma vez que a lógica "esotérica" de Daskalos e suas digressões no campo das ciências ocultas dão, ao fim e ao cabo, uma explicação "racional" (se é que este qualificativo é válido em tais circunstâncias) a todas as coisas. As curas realizados pelo "homem do mal" são espantosas, mas como ele mesmo dizia a Markides:
"- Em primeiro lugar - respondeu Daskalos sorrindo -, estas curas sobre as quais você ouviu falar não foram feitas por mim, mas pelo Espírito Santo. Eu não sou mais que um canal dessa superinteligência. Se você vai testemunhar ou não um fenômeno chamado milagre, não é de minha alçada. Se for parte do Plano Divino que você presencie um milagre, então você presenciará. Mas não se pode fazer um milagre acontecer".
Os relatos de Kiriacos C. Markides, durante o longo período em que participou das reuniões na Stoa (o local onde Daskalos transmitia seus ensinamentos exotéricos e esotéricos, os últimos reservados a um restrito número de alunos, enquanto os primeiros eram divulgados seja pela palavra direta, apostilas mimeografadas ou fitas de áudio) dão nos conta de uma série de episódios geralmente associados às mais profundas clariaudiência, clarividência ou, por vezes, à mediunidade mais poderosa. Daskalos podia materializar total ou parcialmente, realizar viagens astrais enquanto permanecia, aparentemente, em vígilia, assumir o karma das pessoas, revigorando-as, exorcisar demônios e espíritos ruins (em geral, seres infelizes condenados a uma prisão no plano astral) e trabalhar como umauxiliar invisível.
O termo auxiliar invisível, cunhado no início do século XX pelo teósofo Charles Leadbeater, expressa a condição de um indíviduo (deva, adepto, discípulo do adepto ou mesmo um homem comum, na senda do progresso) que trabalha em prol de pessoas que sofrem, encarnadas ou desencarnadas, fazendo com que diminua seu sofrimento. Um auxiliar invisível faz exatamente o que Spyros Sathi faz , sendo que ele ainda era capaz de criar com seus pensamentos poderosas formas (formas-pensamento) que se transformavam em elementais que adquiriam vida. Tais elementais, como ele demonstra, podem ser bons ou maus. Um homem que pensa apenas em prejudicar um colega de trabalho, por exemplo, com desagradável insistência, pode criar um poderoso elemental que agiria como um ser vivo, agredindo a ele mesmo, em última hipótese.
Daskalos, segundo Markides, assim como seus discípulos, não extraía suas forças de si próprio. Era o apóstolo João, Iohanan, que atuava em seu corpo físico, realizando curas e explicando verdades ocultas às pessoas, do alto de sua sabedoria milenar. Um de seus dons mais sensíveis era o da assunção do Karma, que consistia em tomar para si mesmo uma parte do carma do indivíduo, livrando-o de uma doença merecida (carmicamente inevitável) ou mesmo da morte.
Como é relatado no livro, o processo nem sempre era indolor. Muitas vezes Daskalos era atingido por atrozes infecções ou até mesmo gangrenas. Por várias vezes foi desacreditado pelos médicos ou quase se submeteu a cirurgias de amputação de alguns membros. Não resistiu, no entanto, á quantidade de karma arrancado do marido de sua filha e teve um pé amputado. Apesar disso, jamais perdia o bom humor e, mesmo na cama do hospital, prosseguia em sua missão de auxiliar o próximo.
Se a literatura teosófica é um vasto oceano de conhecimento teórico, o livro de Kiriacos C. Markides constitui-se na mais alentadora comprovação empírica dos postulados do esoterismo e da Teosofia. Ainda que Daskalos pertencesse à secreta Fraternidade dos Pesquisadores da Verdade, inspirada pelo cristianismo ortodoxo grego e seu antigo simbolismo, suas idéias e práticas não se afastam muito da grande corrente do esoterismo moderno, consagrada pelos autores da Sociedade de Adyar (a Sociedade Teosófica).
"- Em primeiro lugar - respondeu Daskalos sorrindo -, estas curas sobre as quais você ouviu falar não foram feitas por mim, mas pelo Espírito Santo. Eu não sou mais que um canal dessa superinteligência. Se você vai testemunhar ou não um fenômeno chamado milagre, não é de minha alçada. Se for parte do Plano Divino que você presencie um milagre, então você presenciará. Mas não se pode fazer um milagre acontecer".
Os relatos de Kiriacos C. Markides, durante o longo período em que participou das reuniões na Stoa (o local onde Daskalos transmitia seus ensinamentos exotéricos e esotéricos, os últimos reservados a um restrito número de alunos, enquanto os primeiros eram divulgados seja pela palavra direta, apostilas mimeografadas ou fitas de áudio) dão nos conta de uma série de episódios geralmente associados às mais profundas clariaudiência, clarividência ou, por vezes, à mediunidade mais poderosa. Daskalos podia materializar total ou parcialmente, realizar viagens astrais enquanto permanecia, aparentemente, em vígilia, assumir o karma das pessoas, revigorando-as, exorcisar demônios e espíritos ruins (em geral, seres infelizes condenados a uma prisão no plano astral) e trabalhar como umauxiliar invisível.
O termo auxiliar invisível, cunhado no início do século XX pelo teósofo Charles Leadbeater, expressa a condição de um indíviduo (deva, adepto, discípulo do adepto ou mesmo um homem comum, na senda do progresso) que trabalha em prol de pessoas que sofrem, encarnadas ou desencarnadas, fazendo com que diminua seu sofrimento. Um auxiliar invisível faz exatamente o que Spyros Sathi faz , sendo que ele ainda era capaz de criar com seus pensamentos poderosas formas (formas-pensamento) que se transformavam em elementais que adquiriam vida. Tais elementais, como ele demonstra, podem ser bons ou maus. Um homem que pensa apenas em prejudicar um colega de trabalho, por exemplo, com desagradável insistência, pode criar um poderoso elemental que agiria como um ser vivo, agredindo a ele mesmo, em última hipótese.
Daskalos, segundo Markides, assim como seus discípulos, não extraía suas forças de si próprio. Era o apóstolo João, Iohanan, que atuava em seu corpo físico, realizando curas e explicando verdades ocultas às pessoas, do alto de sua sabedoria milenar. Um de seus dons mais sensíveis era o da assunção do Karma, que consistia em tomar para si mesmo uma parte do carma do indivíduo, livrando-o de uma doença merecida (carmicamente inevitável) ou mesmo da morte.
Como é relatado no livro, o processo nem sempre era indolor. Muitas vezes Daskalos era atingido por atrozes infecções ou até mesmo gangrenas. Por várias vezes foi desacreditado pelos médicos ou quase se submeteu a cirurgias de amputação de alguns membros. Não resistiu, no entanto, á quantidade de karma arrancado do marido de sua filha e teve um pé amputado. Apesar disso, jamais perdia o bom humor e, mesmo na cama do hospital, prosseguia em sua missão de auxiliar o próximo.
Se a literatura teosófica é um vasto oceano de conhecimento teórico, o livro de Kiriacos C. Markides constitui-se na mais alentadora comprovação empírica dos postulados do esoterismo e da Teosofia. Ainda que Daskalos pertencesse à secreta Fraternidade dos Pesquisadores da Verdade, inspirada pelo cristianismo ortodoxo grego e seu antigo simbolismo, suas idéias e práticas não se afastam muito da grande corrente do esoterismo moderno, consagrada pelos autores da Sociedade de Adyar (a Sociedade Teosófica).
Por Leo Frobenius
Um comentário:
Esse livro é fantástico!
Postar um comentário