“Nada é. Tudo está.”

16/04/2012

Tai chi chuan melhora sintomas de Parkinson

Pacientes que praticam o exercício têm metade das chances de sofrer uma queda


Um estudo desenvolvido pelo Instituto de Pesquisa de Oregon (EUA) mostrou que os movimentos do tai chi chuan podem ajudar a reverter alguns dos sintomas físicos da doença de Parkinson. Os médicos reuniram 195 pessoas com a doença e as dividiram em três grupos: o primeiro teve aulas de tai chi, o segundo exercício com pesos e o terceiro fez um programa de alongamentos. Todos os grupos fizeram sessões de 60 minutos, duas vezes por semana. 

Depois de seis meses, os pacientes que fizeram tai chi eram capazes de se inclinar para frente ou para trás com mais facilidade, sem tropeçar ou cair, em comparação com aqueles que tinham feito o treino de resistência ou de alongamento. Eles também orientavam seus movimentos com mais precisão e conseguiam dar passos mais longos do que os demais. 

O benefício mais impressionante do tai chi para paciente com Parkinson foi a diminuição da incidência de quedas, muito comuns em pessoas com a doença e que podem causar ferimentos graves, como fraturas e contusões. As pessoas no grupo do tai chi apresentaram metade do número de quedas comparadas com aquelas que estavam recebendo treinamento de resistência e dois terços menos quedas que as pessoas que fizeram exercícios leves de alongamento. 

Os pesquisadores afirmam que os medicamentos que os pacientes com Parkinson precisam tomar ajudam a controlar alguns sintomas, como os tremores, mas não são tão bons em ajudar os chamados sintomas axiais da doença de Parkinson, que incluem problemas com o equilíbrio e a marcha. O tai chi pode ajudar a resolver esses casos. 

Prática do tai chi chuan proporciona equilíbrio e combate o estresse

A tranquilidade do movimento lento, o contraste entre o cheio e o vazio, a harmonia entre o interno e o externo e as simbologias do poder da terra, da água, do fogo, do metal e da madeira traduzem a prática do tai chi chuan. Ele foi criado com propósitos de combate, como uma arte marcial, mas com o passar dos séculos ganhou ênfase no desenvolvimento da saúde e no combate ao estresse. 

No tai chi chuan, a suavidade e a flexibilidade superam a dureza e a rigidez. O exercício, que engloba também uma filosofia de vida, enfatiza a harmonia como um meio de melhorar o desenvolvimento da mente e das habilidades físicas. Também é ressaltada a importância do controle da respiração, a prática da meditação e de movimentos naturais do corpo. 

Para o professor do Espaço Bem-Estar em São Paulo, Arthur Dalmaso, durante a prática se trava um combate de você contra você mesmo. Não existe erro, é preciso alcançar seu equilíbrio fortalecendo a respiração, corrigindo a postura e alongando músculos e tendões. Parece um exercício simples e fácil, mas que na verdade exige muita concentração para realizar cada movimento. 

A diferença está na sensibilidade da forma. Segundo o livro Tai chi chuan: saúde e equilíbrio, de Fernando De Lazzari, é importante deixar o corpo relaxado e estendido durante a prática. "Quanto mais tensa a pessoa está, menos sensível ela fica. Uma pessoa relaxada tem os sentidos mais receptivos e uma consciência maior do que se passa em seu interior e exterior. O princípio básico do tai chi chuan é aprender a relaxar, ficar calmo, com a mente limpa, seja nos movimentos, seja no trabalho ou em qualquer outra atividade". 

Aluna da técnica há sete meses, Mônica D'Amato diz que recorre aos fundamentos do tai chi para se equilibrar. "Uso os exercícios de respiração em situações do dia a dia que me exigem outra postura", relata. A aluna conta que era muito ansiosa, queria praticar um exercício, mas depois de uma atividade aeróbica se sentia mais ativa ainda. Foi pensando nos três pilares (respiração, concentração e equilíbrio) que ela se aproximou da técnica chinesa. 


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