“A revolução da saúde nunca vai acontecer por causa de um novo remédio, e sim pela educação nutricional”
Com essa frase o cirurgião americano Caldwell Esselstyn defende que só uma dieta à base de vegetais pode reverter doenças cardíacas.
Ele defende uma dieta mais restrita do que a vegana, já que exclui até o azeite, para a proteção do coração.
Estão proibidos bifes, peixes, arroz branco e açúcar e, quando se trata de farinha e grãos, só entram os integrais. A alimentação proposta é baseada em folhas, frutas, legumes e grãos integrais.
O seu método é o tema do documentário “Forks over Knives”, lançado nos EUA, que conta a história de pacientes que venceram problemas cardíacos e evitaram cirurgias ao adotar a dieta que vem sendo aperfeiçoada nos últimos 30 anos.
Segundo ele, fomos criados para comer vegetais, base da dieta. Ao comermos carne, óleo e laticínios certamente teremos infarte. A diferença entre quem tem infarte aos 40, aos 50, aos 60, aos 70 ou aos 80 seria a resistencia que foi transmitida geneticamente.
Não adianta controlar os níveis de colesterol se continuarmos a comer frango frito. Ainda segundo o médico, o que funciona é o que entra pela nossa boca.
Machucamos um delicado revestimento das artérias, o endotélio a cada vez que ingerimos azeite, óleo, leite, manteiga, queijo, sorvete, iogurte e carne.
Mesmo o azeite de oliva, base da dieta mediterrânea, está fora da dieta preconizada.
Segundo o cirurgiião, a fama da dieta mediterranea não se deve ao azeite. diz ele que, há 60 anos, as pessoas eram magras, comiam muitos legumes e frutas e um pouco de azeite. A quantidade de vegetais compensava os danos do azeite. Estudos com ultrassom na artéria braquial (no braço), monstram os danos causados pelo aos vasos.
Os avanços da medicina podem de nada adiantar pois criam uma lista cara de remédios e de procedimentos perigosos, como a colocação de stents e pontes de safena. Com o tempo, é preciso colocar outro stent, fazer outra ponte, tomar mais remédios, e, no fim, a pessoa morre do coração assim mesmo.
Os médicos não confiam na capacidade das pessoas em mudar seu estilo de vida e não sabem como transmitir essa mensagem. É preciso ensinar ao paciente o que causou a doença e o que ele deve fazer para revertê-la. Como comprar e preparar alimentos, ler rótulos e lidar com restaurantes e viagens.
A revolução da saúde, segundo Caldwell, nunca vai acontecer por causa da descoberta de um remédio ou de um novo procedimento cirúrgico. A revolução só vai acontecer quando as pessoas estiverem informadas do ponto de vista nutricional, para evitar as comidas que vão fazê-las perecer por uma doença.
Fonte: Folha de São Paulo 25/09/2001
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